Equatoriano visita Assis na volta da Terra do Fim do Mundo
São muitas as aventuras vividas pelo motociclista de 34 anos.

Arturo Segovia, de 34 anos, formado em Engenharia Mecânica e Gastronomia, optou por um passeio muito longo e diferente, programado há cinco anos: Ele saiu de sua cidade, Guayaquil (a maior do Equador), em 12 de novembro de 2022, pilotando a sua moto – uma BMW F700 GS, em uma grande aventura até chegar a Ushuaia, na Argentina. Encravada entre a cordilheira dos Andes e o Canal Beagle, Ushuaia é carinhosamente conhecida como a Terra do Fim do Mundo.
No retorno, passou por vários lugres, onde foi acolhido por motociclistas e teve acesso às várias culturas.
Até a última quinta-feira, 02, o aventureiro estava em Assis, hospedado na residência do casal, Renatão Triciclista - do Rat Bike, e Tatiane, do Esquadrão Quadrangular Moto Clube. A indicação da estadia foi por parte de um motociclista da Hermandad Motera Internacional da Colômbia.
Nesta sexta-feira, 03, Segóvia chegou a São Paulo, e, juntamente com o seu novo anfitrião, vai visitar algumas praias, descansar e seguir viagem para o Rio de Janeiro.
Sobre os riscos no decorrer da viagem, Segóvia disse ao portal Abordagem que são inegáveis e já passou por alguns apuros, como chuvas torrenciais, fortes ventos, neblina que impossibilitava visualizar a rodovia, caminhões saindo de curvas em alta velocidade, entre outros obstáculos.
“São muitos os riscos, é muito perigoso dirigir com vento de cascalho e chuva. O vento da Patagônia, ao sul da Argentina e Chile, chega a 80-120 km/h. Tinha tanques de óleo de metal voando”, descreve com naturalidade.
Sobre a solidão nas estradas tão longas, conta que a ideia era viajar com mais dois amigos, mas houve imprevistos: “Eram três bons amigos que queriam fazer a viagem, juntos, até o fim do mundo, Ushuaia, mas um deles se casou e não seguiu. Cheguei até o Peru com o segundo amigo, que teve de voltar quase um mês depois”, relata o motociclista, que decidiu ir adiante, sozinho.
O equatoriano já percorreu nada menos do que 21.000 km. Nessa distância, teve problemas com a moto, tendo de trocar o pneu dianteiro e traseiro, e também fazer a troca de óleo, dentre outros ajustes, como a bateria.
Na quinta-feira, o motociclista deixou os amigos conquistados em Assis - onde foram muitas as recepções e experimentos gastronômicos, parou no Estado de São Paulo e partirá rumo ao Rio de Janeiro, onde passará o Carnaval, a maior festa brasileira que terá o prazer de conhecer.
Sobre o aprendizado ao longo da viagem, relata que são muitos e ricos: “A viagem é feita por pessoas, momentos, sorrisos e abraços. Já estive em lugares feios, com pessoas bonitas que jamais poderei esquecer; assim como já estive em lugares bonitos, e só com o tempo irei apagá-los da memória. Somos mais bons, do que maus, no mundo. Deus me acompanhou durante toda a jornada, colocando pessoas boas no caminho”, pontua.
O viajante do Equador dá conselho: “Sempre ouça a experiência dos mais velhos. Muita gente no caminho se refletiu em mim, muitos querem uma viagem semelhante, mas não se aventuram. Espero poder ser uma inspiração. Não importa o modelo, ou a marca da moto, apenas não desista, persista, pois só não chega aonde quer é quem desiste”, finaliza Segovia.
Mapa do trajeto iniciado no Equador
Abaixo, alguns registro da aventura insólita!
Fonte: Redação
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