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JUSTIÇA • 01/05/2025 às 13:04, atualizada em 02/05/2025 às 08:09

Juiz de Assis assume processo contra delegado acusado de abuso de autoridade em Cândido Mota

Magistrado assisense foi designado pelo Tribunal de Justiça após dois juízes se declararem suspeitos

Juiz de Assis assume processo contra delegado acusado de abuso de autoridade em Cândido Mota

Em decisão recente, proferida em 29 de abril, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo designou o juiz Dr. Adugar Quirino do Nascimento Souza Junior, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Assis, para assumir o processo referente a uma ocorrência policial, em Cândido Mota, envolvendo um delegado de polícia e um advogado. O juiz determinou a redistribuição formal do processo, que investiga o delegado João Fernando Pauka Rodrigues, acusado de abuso de autoridade.

O processo passou por impasses desde sua origem. Inicialmente, os autos foram distribuídos à 2ª Vara da Comarca de Cândido Mota. Em seguida, foram redistribuídos à 1ª Vara da mesma comarca, com objetivo de apensamento a outro processo correlato. Contudo, os dois juízes da cidade declararam-se suspeitos para julgar o caso, o que levou à necessidade de designação de um novo magistrado externo à comarca.

Com isso, o TJ-SP designou o juiz da 1ª Vara Criminal de Assis para assumir a condução do processo. Em sua decisão, Dr. Adugar explicou no processo que a tramitação do caso em Assis não configura uma redistribuição formal, conforme prevê o artigo 4º do Provimento CSM nº 1870/2011, já que Assis e Cândido Mota são comarcas distintas. A redistribuição correta deverá retornar à 1ª Vara de Cândido Mota, embora o juiz de Assis permaneça à frente da causa por designação excepcional.

O magistrado também determinou que, após a redistribuição ao juízo competente, o Ministério Público seja ouvido sobre o pedido de habilitação de assistente de acusação, já protocolado nos autos.

O caso ganhou repercussão após o portal Abordagem Notícias noticiar, com exclusividade, a formalização da denúncia do Ministério Público contra o delegado João Fernando, com base no inquérito que apura a ocorrência de tortura e abuso de autoridade. Na ocasião, a reportagem entrou em contato com o delegado e seu advogado, que preferiram não se manifestar. Ressalta-se que, a qualquer momento, o espaço segue aberto para eventuais manifestações das partes envolvidas.

O CASO

​O Ministério Público do Estado de São Paulo denunciou o delegado João Fernando Pauka Rodrigues por crime de tortura contra o advogado Eduardo de Oliveira Leite, ocorrido em 1º de novembro de 2024, durante uma blitz de trânsito em Cândido Mota. Segundo a denúncia, o advogado não obedeceu à ordem de parada e foi perseguido até sua residência, onde foi algemado e imobilizado no chão. Imagens de câmeras de segurança mostram o delegado agredindo o advogado, que sofreu lesões e precisou de internação hospitalar por quatro dias.

O MP alega que o delegado submeteu o advogado a sofrimento físico e mental como forma de castigo pessoal. A pena prevista para o crime de tortura varia de 2 a 8 anos de reclusão, podendo ser aumentada em até um terço por se tratar de agente público. O MP também solicitou o arquivamento do inquérito contra o advogado, por falta de elementos suficientes para prosseguimento das investigações. Além disso, foi pedido o pagamento de indenização no valor de R$ 50 mil, sendo R$ 35 mil por despesas médicas e R$ 15 mil por danos morais.

A reportagem anterior, completa, pode ser lida AQUI

Fonte: Redação Abordagem

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