Abordagem Notícias
Unifio
BELEZA • 02/03/2022

Ômicron traz de volta queixas de queda de cabelos

A nova variante provoca aumento da procura nas clínicas dermatológicas.

Ômicron traz de volta queixas de queda de cabelos

Com o aumento do número de casos de infecções pela Covid-19, devido a variante Ômicron, as clínicas dermatológicas estão sendo mais procuradas na busca por amenizar um dos efeitos colaterais que a doença pode causar. “Como já se sabe, a Covid-19 e suas variantes podem prejudicar principalmente a respiração, o olfato e o paladar. Mas a queda de cabelo pós-infecção é um relato que se tornou comum, e vem sendo uma das principais queixas no consultório”, afirma a dermatologista Karine Cade, da Clínica Otávio Macedo e associados de São Paulo.
 

No caso das variantes não havia certeza se estas apresentariam efeitos semelhantes aos que vinham sendo descritos como consequências posteriores ao fim do ciclo do vírus no corpo, mas em princípio as variações também manifestam características similares, sendo a queda de cabelo uma delas. “Com o decorrer da pandemia foi possível diagnosticar que a Covid leva ao eflúvio telógeno agudo, ou seja, desencadeia uma perda de cabelo mais acentuada em relação ao que é considerado normal. A queda dos fios, no geral, acomete cerca de 25% das pessoas que tiveram Covid”, afirma Karine.
 

O dermatologista Otávio Macedo concorda e explica ainda que não há necessariamente uma relação com o grau de desenvolvimento da doença, podendo a queda de cabelo acometer qualquer pessoa que foi infectada. “O cabelo e todas as estruturas que estão relacionadas a ele são bem sensíveis a qualquer alteração no organismo. Assim, a queda de cabelo é uma das formas do corpo refletir problemas ou transformações pelas quais vem passando. E o estopim para isso são os mais variados”, diz o médico.
 

Estresse duplo

No caso da Covid, a queda pode ter relação com dois tipos de estresse. Aquele causado pela situação em si e também devido à estafa imunológica. “Em especial nessa situação, o corpo é muito exigido na função de combate a infecção, o que acaba mexendo com o ciclo capilar”, explica doutora Karine. Assim, a Covid e suas variantes somam diversos fatores que podem ser desencadeantes de queda capilar, o que contribui ainda mais para um desprendimento acelerado. “Essa queda de cabelo decorrente da Covid é mais precoce, antes acontecia cerca de dois meses após a infecção. Com a Ômicron há pacientes que a partir de 15 dias da manifestação da doença já começam a perceber uma queda mais significativa”.
 

E agora?

O primeiro passo é buscar respaldo médico para avaliar o padrão de queda, mas Karine explica que os tratamentos só conseguem ser mais bem indicados e a causas investigadas a partir de alguns exames. “O acompanhamento dermatológico tem a função de dar respaldo ao paciente, para que este se sinta amparado e acompanhado. A Covid é uma doença que inflama o folículo piloso, somado a isso gera a queda do fio. Assim, cabe ao médico explicar que não há risco de calvície, pois o que está acontecendo é uma queda programada que vai ocorrer de qualquer maneira”, destaca a especialista. “Além disso, é preciso investigar outros fatores que podem estar contribuindo para a queda. Se há, por exemplo, deficiência de ferro, zinco, vitamina C ou D.”
 

Assim, com os resultados em mãos é possível fazer as reposições necessárias para que se tenha um tratamento completo. “Ainda existem técnicas/tratamentos que podem auxiliar durante esse período. No consultório, inclusive, estamos vendo que o uso dessas ferramentas auxilia a interromper a queda, apesar de ainda não se ter tantas evidências científicas documentadas”.
 

Dentre as terapias capilares feitas em consultório e que podem ser uma ajuda a mais, doutora Karine indica: “Temos a mesoterapia, onde vitaminas são colocadas no couro cabeludo com o objetivo de nutrir as estruturas ali presentes. Na mesma linha de aplicação de ativos também se tem a técnica de MMP. E ainda existe o método PRP, terapia regenerativa que utiliza o plasma e plaquetas retirados do sangue do paciente para ativar fatores de crescimento que estimulam o folículo piloso na formação de fios. Além disso, incentiva a circulação e regeneração da área com um boost de antioxidantes. Outra ferramenta que também pode ser usada é o laser fracionado, assim como corticoides tópico para um efeito anti-inflamatório na área que por vezes apresenta prurido associado, queixa muito frequente”, destaca a médica. “Estas são terapias que podem ser feitas individualmente, mas a combinação traz resultados ainda mais satisfatórios”, finaliza a especialista.

 

Assessoria de comunicação