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LOCAL • 31/05/2022

Padres acusados por ex-seminarista são afastados pela Diocese de Assis

Nesta terça-feira, a Diocese tornou públicos os nomes dos padres denunciados.

Padres acusados por ex-seminarista são afastados pela Diocese de Assis

Nesta terça-feira, 31 de maio, a Diocese de Assis publicou documentos que determinam o afastamento dos padres, Oldeir José Galdino e Maurílio Alves Rodrigues, denunciados por um ex-seminarista por abusos sexuais que teriam sido cometidos entre 2002 e 2003.

Os decretos são assinados pelo bispo diocesano, Dom Argemiro de Azevedo e pelo chanceler da Cúria, padre Alan da cruz Joaquim. Os decretos foram editados no dia anterior e publicados hoje, como "Medida Cautelar".

O procedimento instaurado é para investigar as denúncias feitas em 2021, quando os documentos chegaram até o Vaticano e retornaram ao bispado, com a solicitação do prosseguimento das investigações, por a Igreja considerar que havia fortes indícios para tanto.

Agora, em uma decisão que se tornou pública, inclusive revelando os nomes dos padres que eram mantidos sob sigilo por esse meio de comunicação, ambos estão proibidos de exercício do Ministério Sacerdotal.  O afastamento considera "as acusações graves em desfavor" dos dois religiosos.

Os decretos dizem ainda que a medida busca garantia e proteção da Justiça e evitar escândalo com manifestação violenta, física ou moral. Determinam ainda que, em caso de absolvição, as medidas sejam revogadas e eles voltem a exercer a vida sacredotal.

As denúncias foram feitas por um ex-seminarista assisense, hoje com 36 anos. Ele é casado, servidor público e diz que decidiu denunciar o caso depois de anos de medo, vergonha, tentativas de suicídio, perda dos sonhos acalentados, depressão, muitas sessões de terapia e medicamentos, e, principalmente, ser apoiado pela esposa para evitar que outros jovens passem pelo que passou.

Disse ainda, que passou incontáveis sessões de terapias e prossegue com o uso de medicamentos para a depressão que lhe assola. 

 

 

A DENÚNCIA

Padre Oldeir, que há pouco tempo era pároco da Catedral de Assis, e hoje atua em Pedrinhas Paulista, é acusado pelo ex-seminarista de violência sexual em 2002, quando o denunciante tinha 16 anos.

Em formação para carreira religiosa, o adolescente teria passado a noite na casa paroquial, recebido convite para dormir no quarto do padre, em uma noite de muito calor, uma vez que no cômodo havia ar condicionado.  Disse ter dormindo de bruços e acordado com o padre em cima dele, tapando a sua boca e consumando o ato sexual.

Já o padre Maurilio, segundo a acusação, teria sido procurado como orientador espiritual, após o caso em que o padre Oldeir é acusado, e usado a aproximação com jovem para iniciar um relacionamento abusivo em que o denunciante disse se considerar um brinquedo sexual. Afirma o ex-seminarista, que não foi um relacionamento consentido, mas sim conduzido.

O caso todo envolve denuncias com detalhes que impressionam e áudios gravados pelo ex-seminarista em conversas relativamente recentes com os dois padres. Esses áudios, bem como o processo foram enviados à redação. 

Após as denúncias serem amplamente veiculadas por órgãos de imprensa de Assis e de outras localidades, o denunciante procurou a Polícia Civil local para registrar boletim de ocorrência, por questão de segurança.

Nesta tarde de terça-feira, 31, a reportagem tentou falar com o padre Maurílio, através de ligação telefônica, mas por duas vezes a chamada caiu na caixa postal. O padre Oldeir Galdino chegou a atender a ligação, mas quando a jornalista se apresentou, ele desligou.

O Portal Abordagem Notícias está à disposição de ambos religiosos para que possam publicar, a qualquer momento, suas versões sobre o fato e exercerem seus direitos de defesa.

Leia a reportagem anterior

Veja os decretos na íntegra

 

Redação Abordagem




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