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SANTA CASA
POLÍCIA • 14/05/2021

MP recorre da decisão da Justiça de não prender condutorque disputou racha e causou morte

Promotores alegam inconformismo com a decisão e sugerem levar o caso ao TJ

MP recorre da decisão da Justiça de não prender condutorque disputou racha e causou morte

O Ministério Público de Assis (SP) apresentou na tarde desta quinta-feira (13) um recurso contra a decisão da Justiça que negou a prisão preventiva do dentista Murilo Almeida Machado, de 24 anos, que dirigia o automóvel em que estava a psicóloga Maria Flávia Camoleze Augusto, de 26 anos. A jovem morreu em decorrência do acidente na madrugada do último dia 1º de maio.

O MP justificou sua medida em razão do “inconformismo com a medida interposta pela Justiça”. Os promotores pediram ainda que, caso não seja reconsiderada a decisão, os autos do processo sejam encaminhados para o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, para julgamento.

Ao negar o pedido de prisão preventiva do dentista feito pela Polícia Civil e pelo Ministério Público, a Justiça determinou uma série de medidas cautelares contra o suspeito (veja abaixo). O entendimento da Justiça é de que essas ações são suficientes neste momento.

O acidente aconteceu na madrugada do dia 1º de maio e, segundo as investigações, Murilo estava embriagado e participava de um racha por quase 1 km antes de perder o controle do carro e bater contra o pilar de um estabelecimento comercial em uma praça da Avenida Rui Barbosa. Maria Flávia estava no banco de passageiro do veículo.

Caso o recurso do MP não seja aceito, o dentista vai ser investigado em liberdade. Murilo chegou a ser preso em flagrante no dia do acidente por apresentar sinais de embriaguez, mas foi liberado após pagamento de fiança no valor de R$7,7 mil.

A Justiça recebeu a denúncia contra Murilo e deu 10 dias para que a defesa dele seja intimada. Na decisão, o juiz fixou medidas cautelares a serem cumpridas pelo dentista:

Obrigação de comparecer ao Fórum assim que reaberto, a cada dois meses;
Proibição de frequentar bares, casas noturnas e lugares em que há consumo de álcool;
Proibição de sair da comarca de Assis por mais de sete dias;
Proibição de sair de casa das 22h às 5h;
Suspensão do direito de dirigir com a entrega da CNH.

Câmera de segurança mostra motorista em bar antes de acidente em Assis — Foto: Câmera de segurança/Reprodução

O outro motorista envolvido no racha, que já se apresentou e foi ouvido pela polícia, também não pode mais dirigir e nem sair da cidade.

Para a Justiça, o entendimento é de que essas medidas cautelares são suficientes neste momento inicial do processo que ainda será julgado com direito a ampla defesa.

O juiz ainda oficiou a Polícia Militar e a prefeitura de Assis pra avaliarem o aumento de fiscalização e medidas de educação no trânsito da cidade, especialmente na Avenida Rui Barbosa, local do acidente. O Ministério Público disse que vai recorrer da decisão no Tribunal de Justiça.

G1