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DOM CUMPIM
LOCAL • 17/02/2021

Médico assisense explica porque tomou duas vacinas contra a Covid-19

Dr. Oliveira tomou a Coronavac e quatro dias depois a AstraZeneca/Oxford.

Médico assisense explica porque tomou duas vacinas contra a Covid-19

O médico alergista e pneumologista, Oliveira Pereira da Silva, 66 anos, que atua diariamente na linha de frente, atendendo pacientes contaminados pela Covid-19, confirma ter tomado diferentes doses de vacinas contra a Covid-19, uma delas, a Coronavac; outra, a AstraZeneca/Oxford.

Ao contrário do que se possa imaginar, o fato veio à tona, não por denúncia anônima, já que a informação foi divulgada pelo próprio médico em suas redes sociais, através de um vídeo onde ele admite e reforça que isso não deve ser feito.

A justificativa do médico é que, ao tomar as duas vacinas, sendo uma no Hospital Regional de Assis, e a outra, no posto montado na Unimed, estaria objetivando uma maior proteção contra as variantes do novo coronavírus, uma vez que está diariamente na linha de frente contra a Covid-19.

O vídeo onde o médico relata a dupla imunização foi postado há dois dias. Ele fala em um intervalo e seis dias entre uma dose e outra, mas na verdade, segundo registros, foi de quatro. A Coronavac foi aplicada no dia 29 de janeiro; a AstraZeneca, no dia 02 de fevereiro.

A Unimed deixa claro não comprou nenhuma dose de vacina contra o novo coronavírus. O que fez, foi oferecer um ponto de vacinação para imunizar profissionais da linha frente, o que iria valer para o Dr. Oliveira, caso ele já não tivesse recebido a dose anterior.

No vídeo postado, o médico afirma não ter sentido nenhum efeito colateral, e fala que se o governo mandou tomar, então, “quem tem juízo, obedece”. Só que a recomendação é que se tome uma dose apenas, sendo que no caso da CoronaVac — produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac — o esquema de imunização é de duas doses de 0,5ml, com intervalo entre duas e quatro semanas. Já a AstraZeneca -  desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório britânico AstraZeneca, e, no Brasil, fabricada pela Fiocruz, é tomada em dose única.

Ao tomar conhecimento da situação, a prefeitura de Assis enviou um comunicado ao governo do Estado para saber qual é o protocolo nesse caso, pois o médico terá ser monitorado. O caso ganhou grande repercussão.

A reportagem falou com o médico, que se mostrou bastante chateado com o que chama de “demonização da Rede Globo” a qual pretende processar por danos morais, pois a divulgação, conforme frisa, denigre a sua imagem, tanto como cidadão, como enquanto profissional. Ele afirma que, caso tivesse má intenção, não teria tornado publico o fato de ter optado por uma segunda vacina, na qual confia (a AstraZeneca) e que lhe foi oferecida, sendo que a outra (Coronavac), segundo ele, tem eficácia de 49% e mostrou não oferecer imunidade para idosos.

“Na Alemanha não esta dando certo para idosos e eu sou um deles. No dia 11, quando o Brasil começou a usar, a Alemanha, França e outros países da Europa suspenderam. Eu acordo e durmo cuidando de pacientes contaminados pelo coronavírus. Assino atestado de óbitos o tempo todo. Sempre demonstrei o desejo de tomar a vacina AstraZeneca, pois estudei e estudo muito sobre tudo que envolve essa doença e cheguei à conclusão de que é muito mais eficaz do que a Coronavac. Inclusive, é administrada em uma só dose. Acha que se passasse pela minha cabeça que eu estaria prejudicando alguém, cometendo um crime, iria postar abertamente nas minhas redes sociais?”, questiona.

O medico conta que no dia em que tomou a primeira vacina (Coronavac), foi contatado pelo Hospital Regional, lhe chamando para ser imunizado até determinado horário e que faltava pouco para expirar o tempo.

“Fui meio a contragosto, pois não queria me vacinar com essa vacina. Passados poucos dias, recebi o telefonema de uma enfermeira da Unimed, dizendo que eu deveria ir lá até as 17 horas, porque senão a dose não poderia ser reutilizada por causa da temperatura, ou seja, o lote estava aberto. Pensei: ‘pelo sim, pelo não’ vou tomar”, exlica.

Oliveira afirma que acreditou que a Unimed tivesse comprado a vacina para os profissionais conveniados, e não que tivesse sido cedida pela prefeitura.

“Fui movido pelas circunstancias. É uma grande tensão ver tanta gente morrendo. Me ofereceram a vacina, e tomei. Não avaliei as circunstancias contrárias. Realmente pensei que teriam de desprezar as vacinas depois do lote aberto, pois foi o que me disseram. Fiz opção pela AstraZeneca, por ser dose única. Como estou na linha de frente, já fico vacinado e a outra dose da Coronavac ficou disponível para outra pessoa. Isso é, ninguém tirou vantagem nem ninguém ficou sem vacina por minha causa". 

O médico finaliza, dizendo; “Senti na pele, por dois minutos – quando vi a matéria veiculada na televisão, a demonização da Rede Globo em cima do nosso presidente, Jair Messias Bolsonaro, que vem sofrendo há dois anos, juntamente com a sua família. Estou arrasado”.

 

Redação Abordagem




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