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UNOPAR/ANHANGUERA
GERAL • 15/03/2019

Ataque na Nova Zelândia é transmitido ao vivo em redes sociais

As autoridades encontraram bombas acopladas nos carros dos atiradores.

Ataque na Nova Zelândia é transmitido ao vivo em redes sociais

Um dos atentados que deixaram ao menos 49 mortos em duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, foi parcialmente transmitido ao vivo pelo Facebook pelo próprio atirador. Os templos de Masjid Al Noor — onde morreram 41 das 49 vítimas — e Linwood sofreram ataques simultâneos por volta das 13h40 desta sexta-feira, 15 (noite de quinta no Brasil).

As imagens circularam amplamente nas redes sociais, mesmo com a remoção do perfil que as publicou pouco depois do atentado. Aparentemente feito por um dos atiradores, o vídeo mostra o caminho até a mesquita de Al Noor, a chegada ao local e diversos disparos que atingem pessoas aleatoriamente.

A filmagem online, cuja captura pareceu ser de uma câmera presa à cabeça do autor, começa com ele dirigindo enquanto ouve música. Após estacionar, o homem pega duas armas e anda uma curta distância até a mesquita. Durante cinco minutos, ele atira repetidamente em fiéis, deixando mais de uma dúzia de corpos em apenas um cômodo. Ele retorna ao carro para trocar de arma e depois volta para a mesquita para aparentemente atirar em vítimas que mostrassem sinais de vida. O vídeo mostra ainda os fiéis, tanto os possivelmente mortos quanto os feridos, encolhidos no chão.

Um homem que disse estar na mesquita afirmou à imprensa que o atirador era branco, loiro e usava um capacete e um colete à prova de balas. E que ele invadiu a o templo enquanto os fiéis estavam ajoelhados para orar. “Ele tinha uma arma grande. Ele chegou e começou a atirar em todos na mesquita, em todos os lugares”, afirmou Ahmad Al-Mahmoud, que escapou por uma porta de vidro com outras pessoas.

Outra testemunha, ainda com sangue na camisa, disse em uma entrevista à TV que se escondeu do atirador debaixo de um banco e rezou para que as balas acabassem. “Eu estava apenas orando a Deus e esperando que nosso Deus, por favor, fizesse aquele cara parar”, disse Mahmood Nazeer à TVNZ. “Os disparos continuaram e continuaram. Uma pessoa que estava com a gente tinha uma bala no braço. Quando os tiros pararam, eu olhei sobre a grade, havia um cara, trocando sua arma.”

De acordo com a polícia, 41 pessoas foram mortas na mesquita de Al Noor, sete em uma mesquita no bairro de Linwood e uma depois de ser levada a um hospital. Segundo unidades de saúde, crianças estavam entre as vítimas.

 

Fórum na internet avisou sobre atentado


Pouco antes do início do atentado, uma publicação anônima no fórum da internet 8chan, conhecido por ampla disseminação de conteúdo com discursos de ódio, divulgou que o autor “iniciaria um ataque contra invasores” e incluía links para uma transmissão ao vivo no Facebook, nos quais o tiroteio era exibido.

A publicação continha também uma espécie de manifesto. O texto de 87 páginas possui conteúdo supremacista branco, antimuçulmano e anti-imigrantes, e cita um suposto “genocídio branco”, termo geralmente utilizado por grupos racistas para se referir à imigração e ao crescimento de minorias, como motivação.

O atirador postou no Twitter fotos da munição usada no ataque com inscrições que fazem referências à batalhas medievais entre cristãos e muçulmanos.

A Nova Zelândia declarou seu mais alto nível de segurança logo após a polícia ser notificada da ação dos atiradores. Quatro pessoas foram presas, entre elas uma mulher, mas posteriormente o número de detidos foi corrigido para três. Todos tinham opiniões extremistas, mas não estavam em nenhuma lista de observação da polícia, segundo a primeira-ministra Jacinda Ardern.

“Esse é um dos dias mais sombrios da história do país. Esse tipo de violência não tem lugar na Nova Zelândia, é um ato sem precedentes”, disse Ardern em coletiva de imprensa. “Está claro que isso agora só pode ser descrito como um ataque terrorista”, completou.

Entre os presos está um homem de 28 anos que foi acusado de homicídio. Ele vai comparecer a um tribunal no sábado. A seleção de críquete de Bangladesh, que estava chegando para orações em uma das mesquitas quando os tiros começaram, conseguiu se salvar. Todos os membros do time estão em segurança, disse o treinador.

 

(Com Reuters e EFE)




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