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SANTA CASA
LOCAL • 10/12/2018

Falta de estrutura em ponto de ônibus afeta projeto da terceira idade na UNESP Assis

Alunos, trabalhadores e moradores da região reclamam da falta de planejamento.

Falta de estrutura em ponto de ônibus afeta projeto da terceira idade na UNESP Assis

A UNATI começou há quase 25 anos, com a ideia de acolher pessoas da terceira idade e proporcionar-lhes, acima de tudo, bem estar. Para alcançar esse propósito, diversas oficinas são oferecidas. A UNESP oferece todas as línguas que a graduação de Letras possui: Inglês, italiano, espanhol, alemão, japonês e francês. Ensina-se a utilizar smartphone, desenvolver a escrita, participa do coral, teatro, esportes e de uma infinidade de propostas voltadas exclusivamente para essa faixa etária. A experiência que se adquire na universidade é enriquecedora; é possível observar que a presença do idoso na universidade favorece a relação intergeracional, ou seja, o convívio do aluno de graduação e pós-graduação com o aluno idoso.

Para a coordenadora do projeto Cátia de Andrade, a importância da UNATI consiste na interação da comunidade externa com a UNESP. “A partir do momento em que a universidade com o seu conhecimento e práticas disponibiliza o espaço e um conjunto de estruturas para a recepção da população idosa, há um impacto direto na sociedade. Nós temos relatos de melhoras significativas em pessoas diagnosticadas com depressão.”

O convívio entre diferentes idades e sem barreiras é sempre  benéfico; propicia o quebramento de mitos e estigmas acerca do envelhecimento. Diminui a distância cronológica entre o jovem e o idoso, pois passam a conviver de uma forma harmônica num mesmo contexto, já que a UNATI é feita de voluntários da graduação e da pós-graduação. Maria de Fátima, 64 anos, moradora da Vila Ebenezer, diz que a UNATI é um projeto especial que incentiva a terceira idade a ser produtiva. “Em 2017 descobri que a UNATI possui várias oficinas e desde então eu faço espanhol, italiano e autobiografia. Estou aprendendo muito nessas oficinas, pois as senhoritas que nos orientam e ensinam são lindas jovens que fazem faculdade. Isso é para elas um passo em seu currículo, porém para nós idosos(as) nos representa aumento da autoestima. A UNESP é esperança para a terceira idade, um sopro de vida. Pretendo fazer outras oficinas oferecidas pela UNATI, porque possibilitam aprendizagens  que mantêm nossa cabeça longe de pensamentos tristes e nos alimentam com positivos.”

Porém, o pleno desenvolvimento desse belíssimo projeto está em risco após a Prefeitura Municipal de Assis mudar a rota de ônibus. Com a mudança, o ponto de parada passou a ser na Avenida Dom Antônio. Um ponto indefinido e sem cobertura para proteger do sol, da chuva ou do vento. Não há bancos para que as pessoas possam aguardar sentadas; não há também segurança. Antes, o transporte circulava dentro da UNESP, onde há paradas estruturadas com cobertura e assentos. Mas agora, o desconforto é tão grande que muitos idosos estão deixando de participar da UNATI. “Muita gente deixou de fazer oficina aqui da UNESP por causa disso. Acresce que, se chove, a gente vai da Dom Antônio à UNESP debaixo de chuva. À noite, como é que vamos ficar lá fora na rua? Não há cobertura, não há segurança nenhuma. Participo de oficina na Unesp desde 1991, não é de agora. Mas, neste ano, o problema com a mudança do ponto de ônibus complica a vida dos idosos que frequentam a  UNATI. Ele sempre passou dentro do Câmpus e de meia em meia hora”, declara Maria Alves, 80 anos, moradora da Vila Ribeiro para o Jornal Nosso Câmpus.

Em e-mail trocado com a UNESP, o secretário municipal de obras e serviços, Clóvis Marcelino da Silva, alegou que a mudança é uma readequação nos trajetos e que ainda providenciou embarque e desembarque bem em frente à unidade estudantil. Mas essa mudança não agradou a população. Ela afeta gravemente os alunos e os funcionários da UNESP. No período da noite, a falta de segurança atinge moradores e estudantes da região. O clima é de medo e de insatisfação. Para Arielson Mendonça, 20 anos e aluno do curso de Ciências Biológicas, esse “novo ponto” na Av. Dom Antônio é muito desconfortável para todo mundo que precisa utilizar do transporte público. “Não me sinto confortável em ficar exposto lá fora, muitas vezes sozinho e durante a noite”. Então imagino o quanto deve ser desgastante para mulheres. Ninguém está ali para usar o serviço de ônibus por querer, é algo que a gente necessita. Quanto ao clima? Bem, o sol queima e o vento corta, na chuva não se sabe para onde correr; a UNESP/Assis proporciona tantas atividades interativas para a terceira idade e os idosos são os mais afetados. É cansativo esperar em pé ali. Não há nem mesmo uma indicação de parada de ônibus no lugar.

Para identificar o ponto, passageiros usam referências indefinidas. Na parada de ônibus que o secretário diz ter colocado em frente à Unesp não há nem sinalização. Alguns dizem que fica em frente ao restaurante, outros dizem que é do lado da pequena árvore. Porém, o que todo mundo diz é que isso precisa melhorar.




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