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DOM CUMPIM
LOCAL • 16/11/2018

No Dia Nacional dos Ostomizados, assisense relata o que passou com seu bebê

Após a morte de Valentina, Fran criou o projeto ‘Ostomizado Valente’, e segue ajudando pessoas.

No Dia Nacional dos Ostomizados, assisense relata o que passou com seu bebê

(Na foto, Fran junto com um ostomizado apoiado pelo projeto)

Em 16 de novembro é celebrado o Dia dos Ostomizados, através da criação da Lei 11.506/2007. Neste dia, a população do Brasil se une em torno de um ideal: deixar de lado o preconceito contra as pessoas que utilizam o procedimento da Ostomia, uma intervenção cirúrgica que permite criar comunicação entre o órgão interno e o externo, com a finalidade de eliminar os dejetos do organismo.

Para a assisense Francisleide Mota, a Fran, as designações são bem comuns. Tanto assim, que mantém um projeto para instruir e apoiar pessoas submetidas à ostomia, o “Ostomizado Valente”.

Tudo começou quando Fran deu à luz Valentina. O bebê, que depois de alguns meses veio a óbito, nasceu com onfalocele - má formação abdominal, e a jovem mãe precisou aprender a lidar com as dificuldades da filha, que veio ao mundo sem identificação do sexo, sem ânus. Foram várias cirurgias bastante delicadas para um recém-nascido.

Neste 16 de novembro, Fran relata um pouco sobre o que passou com sua filha, e como superou e aprendeu a ajudar pessoas ostomizadas:

“Acabei descobrindo sobre ostomia quanto tive a Valentina. Tudo começou em Campinas, quando minha filha passou pela primeira cirurgia, e eu nem imaginava que existia essa tal de ‘bolsa’, a única salvação para ela. Ver meu bebê com aquele saquinho pendurado no abdome, pequeno e frágil, foi um grande susto, pois eu não tinha informações do que era aquilo. Abordava médicos e enfermeiros nos corredores do hospital para me informarem. Um médico explicou detalhadamente, e disse que que minha filha poderia usar aquele saquinho para sempre. Meu mundo caiu, desabei ali mesmo, no canto da parede, chorando. Todos em minha volta - profissionais, me fazendo entender que aquilo era sinal de vida, mas meu egoísmo falava mais alto, pensavas já no futuro, o que falaria a ela no primeiro dia de aula, o que diria sobre jamais poder entrar em uma piscina, o que falaria pra ela quando fosse em seu primeiro baile. Eu, como mãe, não entendia que tudo isso era egoísmo, que estava antecipando um futuro que não veio. Foram perguntas respondidas através de guerreiros e guerreiras ostomizados, cada qual com sua história, sua luta, seus medos.

Me mostraram que ser, ou ter alguém ostomizado, era o recomeço de uma nova vida. Foi aí que sequei minhas lágrimas e olhei atentamente para aquele lindo bebê e prometi que estaria com ele até o fim.

Buscava informações com mamães pelo Brasil afora, que também tinham bebês ostomizados. Havia histórias superadas, e outras, perdidas.

Aprendi a ter tanto amor naquele formato de vida chamado ostoma, que cada dia me superava mais. Passei por momentos difíceis. Ver meu pedacinho de gente gritando de dor, por estar machucado devido à pele ferida pela bolsa, ou as fezes que vazavam era sofrido demais. Eu chorava junto, pois precisava me capacitar mais. Fiz isso, e ver aquele anjo lindo, bem, sem dor, confortável, era gratificante, porque o ostoma, quando não é cuidado, dói. Não só fisicamente, mas também na alma.

Por isso iniciei esse lindo projeto! Ostomizados Valente.

Valente =Valentina.

#juntossomosmaisfortes

Essa história é minha!

Valentina faleceu dia 12 de setembro de 2017, devido a uma infecção hospitalar, deixando saudade e muito conhecimento por onde passo!”, finaliza.

 

 

Redação Abordagem Notícias

 

 

 

 

 




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