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UNOPAR/ANHANGUERA
LOCAL • 17/10/2018

Cartório Eleitoral de Assis verifica urnas com denúncias de fraudes

O procedimento foi feito na 15ª Zona Eleitoral de Assis.

Cartório Eleitoral de Assis verifica urnas com denúncias de fraudes

Nesta tarde de quarta-feira, 17 de outubro, autoridades e populares se reuniram no Cartório da  15ª Zona Eleitoral de Assis para testar as urnas eletrônicas das sessões eleitorais com denúncias de problemas nas votações. A cerimônia teve à frente o chefe da referida zona eleitoral, Misael Maia.

A cerimônia foi determinada pelo juiz de Direito da 15ª Zona Eleitoral de Assis, André Luiz Damasceno Castro Leite para ouvir as reclamações e prestar esclarecimentos sobre  "panes" com 12 urnas eletrônicas, sendo 11 de Assis e uma de Echaporã. Os eleitores que registraram  os problemas durante a votação, em ata do TSE, foram intimados a comparecerem.

As falhas nas máquinas ocorreram no primeiro turno das Eleições Gerais 2018. Alguns eleitores garantem não terem conseguido concretizar seus votos. Em um dos casos, Rosilei Console, que votou na 20ª seção da escola João Mendes Júnior, chegou a registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil, pois segundo conta, obteve descaso por parte dos mesários.

Ela relata que os votos anteriores ao do seu candidato à presidência transcorreram normalmente; contudo, ao apertar o número dele não apareceu a foto e o sistema encerrou. Conforme acredita, seu voto não foi computado. “Isso me passou uma insegurança, um descaso muito grande com a minha pessoa como eleitora. O mesário disse que não tinha o que fazer e anotou o ocorrido em um papel comum, sem timbre, e só porque insisti. Um absurdo acontecer algo assim”, reclamou.

A eleitora Alda Rita Martinho votou na mesma escola, na 33ª seção. O relato é similar ao de Rosilei, com a diferença de que ela não registrou BO, mas sim assinou uma ata apresentada pelo mesário.

Quando o chefe do cartório cogitou a possibilidade de ela ter errado, rebateu “Eu voto há muitos anos, e isso nunca aconteceu antes. Percebe que estou mexendo com a justiça? Acha que eu viria aqui para falar mentiras?” disse, indignada.

Uma terceira mulher, que nada registrou formalmente, afirmou ter perdido completamente a confiança no sistema de votação. “Isso não aconteceu só com quem está aqui, foi no Brasil inteiro. Quantas urnas apresentaram problemas? Quantos votos deixaram de serem computados para o candidato dessas pessoas? Houve um descaso muito grande por parte dos mesários, que falaram que não havia o que fazer. Como assim? Eu gostaria de votar de novo, gostaria que meu voto fosse computado!”, reclamou.

Misael concorda que o fato de ter havido seis eleições (deputado estadual, federal, senadores, governador e presidente da República) confundiu os eleitores, e pode estar justamente aí o problema. Ou seja, pode ter havido inversão na ordem da votação, e, quando isso ocorre, as urnas realmente travam, disse ele.

Uma das mulheres questionou: “Vamos supor que a máquina apresente um problema. Aqui foram 12 maquinas, cada qual com 400 votos, então quantos votos o concorrente ganhou com isso?”.

Foi esclarecido pelo promotor de justiça eleitoral, Eduardo Amancio, que a pane de voto errado não acontece.

“Ainda que esse voto da senhora não tenha sido computado, não há como supor que esse voto tenha ido para outro candidato. Não há evidencia de que na máquina tenha acontecido isso. Não há um sistema maquinado para fraudar as eleições e endereçar votos de um candidato a outro. Não há nenhuma teoria da conspiração”, garantiu, dando exemplo de outros candidatos de determinado partido, supostamente privilegiado com as panes nas urnas, que perderam as eleições em vários Estados.

O chefe do cartório frisou: “Não tem o que se fazer no dia da eleição, a não ser o que o mesário fez, que é registrar em ata. Ninguém pode mexer nas urnas, nem assistir aos votos dos eleitores para orientar. Peço que, no segundo turno, caso isso ocorra, seja exigido o registro em ata”.

As urnas em questão passarão por auditoria.

 

Rosilei (de blusa branca) não se conforma de não ter podido votar em seu candidato.

A eleitora Alda sentiu-se ofendida quando foi dito que ela pode ter se confundido na hora de votar.

 

 

 

Redação e fotos Abordagem Notícias