Abordagem Notícias
UNOPAR/ANHANGUERA
ARTIGO • 10/10/2017

Embolia pulmonar: um mal silencioso e grave

Atendimento rápido e eficaz é determinante, diz especialista

Embolia pulmonar: um mal silencioso e grave

por Thassio Borges - Equipe Coração e Vida

A automedicação costuma ser um dos principais problemas relatados pelos médicos no que diz respeito aos erros comumente cometidos por seus pacientes. A prática de automedicar-se, no entanto, também carrega consigo um ato que, em muitos casos, pode ser fatal: a negligência ante sintomas considerados “triviais”.

Na ocorrência de uma embolia pulmonar (também conhecida como trombose pulmonar ou tromboembolia pulmonar), qualquer demora em recorrer a um pronto-socorro pode ser determinante para que o paciente consiga ou não sobreviver.

A doença é causada por uma obstrução aguda das artérias pulmonares e de seus ramos, causada por um coágulo formado no sangue. Seus sintomas, no entanto, podem variar de caso a caso e, isoladamente, correm o risco de serem confundidos com manifestações de outras doenças “mais simples”.

De acordo com o pneumologista Rafael Faraco, do Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, é muito difícil especificar os sintomas da embolia pulmonar, já que a doença tem uma série de manifestações distintas. No entanto, algum deles podem ser ressaltados, especialmente para que as pessoas saibam quando devem levar seus parentes ou amigos imediatamente a um pronto-socorro.

“Dor torácica geralmente súbita, falta de ar e algumas pessoas podem ter tosse com sangue. Diante de qualquer um desses sintomas, de forma súbita, é importante ir imediatamente ao pronto-socorro”, explica o pneumologista.

Um dos principais perigos da embolia pulmonar é que, em muitos casos, trata-se de uma doença “silenciosa”. É possível, por exemplo, que o paciente comece a sentir-se muito cansado, com falta de ar e com dores no tórax, mas sem associar tais sintomas de forma imediata a uma doença que pode ser fatal.

Apenas com a persistência do quadro é que o paciente irá recorrer a um hospital, mas, dependendo da agressividade da embolia e do tamanho do coágulo, poderá ser tarde demais.

Vale explicar ainda que a embolia pulmonar pode ter relação genética/hereditária, ainda que esta não seja uma regra para o surgimento da doença, conforme explica Faraco.

“Em todo quadro tromboembólico, é importante [que seja feita] uma investigação de causas genéticas, que podem realmente ter relação genética/hereditária, mas não necessariamente”, completa.

Causas e alcance

A embolia pulmonar não é causada simplesmente por um fator. Trata-se de uma doença que guarda relação com uma série de fatores de risco, ainda que alguns prevaleçam. É o caso, por exemplo, de pessoas que passaram por procedimentos cirúrgicos mais complexos, tendo de ficar acamadas por um período mais extenso.

Sua incidência pode aumentar também durante a gravidez, mas alguns hábitos e características pessoais podem ser determinantes para a ocorrência da doença, tais como fumo, obesidade, problemas cardíacos, pressão alta, hipertensão e demais problemas cardiovasculares.

Outro fator de risco comumente associado à embolia pulmonar são as viagens mais extensas. Ao ficar muito tempo sentado, seja em aviões ou automóveis, o paciente aumenta consideravelmente a possibilidade de sofrer uma embolia deste tipo.

Isso não significa que viagens mais extensas podem isoladamente causar a doença. O que geralmente ocorre é que alguns pacientes já apresentam diversos fatores de risco antes mesmo de embarcar em um ônibus ou avião. Ao ficar sentado na mesma posição durante todo o trajeto, o paciente acaba acionando um gatilho para a ocorrência da embolia pulmonar.

Faraco menciona ainda outras questões que podem influenciar diretamente a ocorrência do problema. “Situações que levem a alterações hormonais, como gestações e pessoas que utilizam algum tipo de hormônios sexuais [contraceptivos orais], ampliam a incidência da embolia”, destacou o pneumologista.

Sobre os contraceptivos especificamente, o especialista afirma que, na prática clínica, são observados casos de embolia pulmonar associados com o uso destes medicamentos, sem que haja causa genética identificada.

Novamente, é preciso salientar que o simples uso dos contraceptivos hormonais orais não é suficiente para desencadear uma embolia pulmonar. No entanto, ao associarem-se outros fatores de risco, a chance de desenvolver uma embolia no pulmão aumenta.

Também por este motivo, o pneumologista esclarece que a embolia pulmonar não ocorre apenas em pessoas mais velhas ou somente em mulheres. “Pode ocorrer em qualquer idade, inclusive em jovens”, afirma.

Os homens também são suscetíveis à doença, embora a mulher esteja mais disposta devido à gravidez e ao uso de contraceptivos orais.

Embora guarde semelhanças com os demais tipos de trombose, a versão da doença que atinge o pulmão tem potencial de complicação maior. “Haja vista o risco de aumento da pressão da artéria pulmonar, o que pode levar em alguns casos à insuficiência respiratória e cardíaca”, explica Faraco.

Além dos sintomas já mencionados pelo pneumologista, alguns casos de embolia pulmonar podem gerar tontura, dor e inchaço nas pernas, aumento repentino da frequência cardíaca, bem como uma ampla dificuldade para respirar, que também ocorre repentinamente.

Ao perceber esses sintomas em você mesmo ou em pessoas próximas, é essencial acionar o pronto-socorro mais próximo. Conforme exposto, qualquer minuto poderá ser crucial para a recuperação.




lena pilates
Pharmacia Antiga