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POLÍCIA • 21/09/2017

Tio e sobrinho serão julgados pelo assassinato de ‘Zé Motomil’

O júri está marcado para o dia 11 de outubro. Ambos estão presos.

Tio e sobrinho serão julgados pelo assassinato de ‘Zé Motomil’

Serão julgados pelo Egrégio Tribunal do Júri de Assis, no dia 11 de outubro próximo, os réus Gustavo Sampaio Frioli e Luiz Fernando Sampaio, o “Fefe”. No dia 10 de setembro de 2014, Gustavo, então com 19 anos, matou a tiros José Eduardo Campos de Lima, de 24, popular "Zé Motomil". Luiz Fernando foi comparsa no crime, já que, segundo os autos do processo, sabia da intenção e deu total cobertura ao seu sobrinho.

Na manhã do fatídico dia, José Eduardo trabalhava quando foi alvejado com vários tiros, principalmente no tórax, dentro da oficina de sua família, na Rua Vicente Fernandes Figueiredo, nº 418, na Vila Ribeiro. O pai dele, Fábio Christo de Lima, 40 anos à época, também levou um tiro quanto tentou salvá-lo, foi operado e sobreviveu. Um cliente da oficina, Anderson, também foi alvejado.

Segundo conta o advogado Roldão Valverde, Gustavo Sampaio Frioli foi pronunciado por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e também por dupla tentativa de homicídio. O tio, coautor, responderá pelo mesmo, cada qual de acordo com sua materialidade.

A acusação estará a cargo do representante do Ministério Público de Assis, o promotor de Justiça Eduardo Henrique Amâncio de Souza, que terá como assistente de acusação o criminalista Roldão Valverde.  A defesa de Gustavo e Luiz Fernando será feita pelos advogados Caisê Pinheiro e Alexandre Valverde.

Interessante ressaltar uma curiosidade: Roldão Valverde é tio de Alexandre, que é primo de Caisê; ou seja, os parentes se enfrentarão durante o júri.

O júri será presidido pelo juiz Thiago Baldani Gomes de Filippo.

 

CONFISSÃO

 

Na tarde de 17 de setembro de 2014, antes de ser removido à cadeia de Lutécia, Gustavo Frioli concordou em dar entrevista exclusiva à jornalista Dagmar Marciliano, que era repórter do jornal Voz da Terra para apresentar sua versão sobre o assassinato de José Eduardo Campos de Lima.

De dentro da cela, na Central de Polícia Judiciária (CPJ), disse que não se arrependia do crime praticado, a não ser pela família de ambos. "Me arrependo pela família dele, pela minha mãe, pelo meu pai, pelas pessoas que estão comigo. Se for por mim, e por ele mesmo, não me arrependo de nada, porque ele já escapou da morte uma vez, quando levou três tiros de outro cara, por causa de uma mulher com quem saia", relatou naquela ocasião.

Foi por conta da suposta tentativa de homicídio vivida anteriormente por José Eduardo, que Gustavo afirma ter ido até a oficina dele levando duas armas para a execução. "Fui lá com duas armas, porque ele já tinha tomado tiros na cabeça e nas costas, com uma só, e o cara não conseguiu matar ele, então decidi já ir com duas. Em vez dele ficar quieto depois que quase foi morto pelo outro cara, quis dar uma de louco, sabendo que a gente é humano, que todo mundo erra". 

Sobre a motivação para o crime, Gustavo alegou à jornalista: "Ele não aceitava a separação da ex-namorada dele, que hoje é minha namorada, e toda vez que me via na rua ficava me medindo, até que no último domingo foi na porta de casa e deu o maior trabalho, fez a maior putaria lá. Me ameaçou, tentou me atropelar e atropelar meu pai, com uma caminhonete na contramão. Nada justifica tirar a vida de uma pessoa né? Mas na hora, fiquei nervoso porque ele falou um monte de coisas. Tenho testemunha de tudo, até a câmera da minha casa filmou tudo", garantiu. 

Na versão do homicida havia quatro meses que a vítima lhe importunava: "Ele fazia fofocas pros outros, dizia que ia me pegar escondido e me matar. Todo mundo me julga né? Mas eu nunca fui na frente da casa dele ameaçar ninguém, nem nunca passei em frente à loja dele olhando pra dentro, até na hora que decidi ir lá e fazer tudo o que eu tinha que fazer. Deus conhece nosso coração e sabe o que eu estava passando em todos esses meses ai. Sou um cara meio nervoso e achei que ele não deveria ter ido na frente da minha casa. Para mim isso bastou", justifica. 

Gustavo não contou quem o levou, em um Gol preto, até a oficina Moto Mil. "Eu contei com a ajuda de uma pessoa sim, mas ela não sabia de nada", ocultou ele sobre a identidade do tio “Fefe”, posteriormente descoberto pela polícia. 

Sobre o que esperava do futuro, o autor confesso do homicídio relatou: "vou levar minha vida normal. Posso até ter um peso, por causa das pessoas ficarem me julgando, mas ninguém sabe o que estava se passando. Na hora de ajudar foram poucos os que me deram uma palavra e me acalmaram". 

Questionado sobre como conseguiria levar “uma vida normal dentro da prisão”, caso seja condenado, respondeu : "Lá é uma passagem né?". 

 

Zé MotoMil, morto a tiros dentro da oficina do seu pai.

 

No dia dos fatos, muita gente concentrada em frente à oficina.

 

Redação Abordagem Notícias

Fotos - Divulgação.




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