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AGRICULTURA • 31/03/2016

Pescado chama a atenção de investidores

A principal espécie a ser produzida nesta região é a Tilápia

Pescado chama a atenção de investidores

O potencial de produção de pescado na calha do Rio Paranapanema tem despertado o interesse de investidores brasileiros e estrangeiros. Estudos apontam para a implantação de parques agrícolas em sete dos oito reservatórios existentes: Chavantes, Salto Grande, Canoas II, Canoas I, Capivara, Taquaruçu, e Rossana.  Apenas o reservatório Jurumirim, caracterizado de acumulação, ficou de fora por ter um desnível acentuado.  

De acordo com o pesquisador científico e diretor do Instituto de Pesca (IP) do Estado de São Paulo, Luiz Marques da Silva Ayroza, somados, os sete parques aquícolas da bacia do Rio Paranapanema podem alcançar uma produção anual de 80 mil toneladas de pescado pelo sistema de tanques-redes.  A principal espécie a ser produzida nesta região, com excelentes perspectivas de aceitação tanto no mercado interno quanto para exportação, é a Tilápia.

Além de saudável, a carne de peixe é a que mais produz por hectare e a que mais cresce por ano em proporção a área que ocupa. Há três anos a administração pública de Cândido Mota, município as margens de Canoas I, busca viabilizar uma unidade processadora de pescado. O projeto foi inserido no portal de convênios e contratos de repasse da administração pública federal (Siconv) que oferecia financiamento fundo perdido para indústrias processadoras de pescado no âmbito nacional.

 A proposta foi consolidada e sua inserção no Siconv feita por meio do Consórcio Intermunicipal do Vale Paranapanema (Civap), mas não foi contemplada com a liberação de recursos pelo programa governamental que prioriza a região nordeste do Brasil. Segundo Ayroza, a negativa ao projeto que tinha como proponente a Prefeitura de Cândido Mota não se justifica pela falta de articulação política, uma vez que ele mesmo esteve com o prefeito Zacharias Zabur duas vezes em Brasília defendendo o projeto no Ministério da Pesca e Aquicultura.

INICIATIVA PRIVADA – No final de 2015 a proposta de implantação de uma unidade processadora de pescado em Cândido Mota foi refeita. Pelo novo formato, o projeto reduziu seus custos de aproximadamente R$ 20 milhões para R$ 12 milhões. Uma empresa de Londrina certificadora de empresas do agronegócio, a qual já é parceira do Civap em alguns projetos, poderia certificar essa unidade processadora para fins de exportação.  Por meio desta, uma empresa suíça também demonstrou interesse em investir neste projeto.

Na semana passada o projeto de implantação de uma unidade processadora de pescado foi apresentado para empresários do agronegócio da região na Câmara Municipal de Cândido Mota. Na oportunidade, foi revelado o interesse de uma empresa brasileira sediada em Mogi Mirim em ser cotista na proporção de 50%, o correspondente a R$ 6 milhões.  Até o próximo dia 30 de abril possíveis parceiros desta iniciativa poderão apresentar suas propostas como cotistas.

No ponto de vista do diretor do Instituto de Pesca, que esteve presente apresentando dados gerais da aquicultura no Estado e o grande potencial da bacia do Rio Paranapanema, o momento é oportuno para produtores/fornecedores participarem também do lucro do processamento do peixe em filé, hamburguês e outros derivados. É previsto, inclusive, na segunda fase do projeto, o aproveitamento da pele do peixe acoplando um curtume a unidade processadora, servindo aos mercados de confecções de roupas e assessórios. 

A Coopermota também é propensa cotista nesta unidade processadora, já que é capaz de produzir ração para todas as fases de crescimento do pescado e de forma competitiva por ter a soja e o milho. “O custo de produção do pescado terá influencia no custo final do produto já processado tornando-o mais competitivo na gondola dos mercados”, observa Ayroza lembrando ainda que 60% do pescado consumido no Brasil é importado de países como Chile, Argentina, Japão e Vietnã.  

Texto Renata Baldo




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