Na manhã desta segunda-feira, 27, uma colheitadeira e um caminhão chegaram ao local onde seria o Residencial Aprumar, em Assis, e, ao invés das casas populares, há uma plantação de soja em estágio de colheita. Os trabalhos de colheita estão, em linguagem popular, “a todo vapor”. Um grupo de mutuários está acampado no local desde o dia 25 de fevereiro desse ano de 2023, reivindicando o direito às moradias. Eles desmataram uma parte para levantarem as tendas, mas preservaram a lavoura.

O projeto dessas unidades habitacionais tramitava desde 2012 e somente no ano de 2016 foi aprovado pelo Governo Federal. As inscrições foram encerradas em 12 de agosto do mesmo ano, com 6.200 participantes, com sorteio realizado no dia 28 de maio de 2017, no ginásio de esportes, “Jairão”, quando foram contempladas 239 famílias pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”, do Governo Federal.

Cansados de esperar pelas casas, um pequeno grupo de mutuários está acampado no local com o respaldo jurídico do advogado, Antônio Carlos Tavares Moreira.

A Aprumar - Associação dos Produtores Rurais do Município de Assis e Região foi quem adquiriu a área, com o recurso do Governo Federal. O Programa Minha Casa Minha Vida está ligado à Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, que coordena a concessão de benefícios junto à Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil, governos e entidades locais.

O advogado Tavares, disse hoje ao site Abordagem: “a pergunta que não quer calar é para onde irão os recursos da colheita da soja na área, cuja destinação seria a construção de casas populares pelo programa Federal”.

Localizada nas proximidades do antigo Frigorífico Cabral, na saída de Assis para a rodovia de acesso a SP-333 (Miguel Jubran), a área mede 11,626164 hectares.