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DOM CUMPIM
LOCAL • 10/05/2022

Familiares de jovem assisense defendem que transfusão de sangue poderia tê-lo salvo

A morte de Guilherme ocorreu há uma semana.

Familiares de jovem assisense defendem que transfusão de sangue poderia tê-lo salvo

A família de Guilherme Albino Damasceno, de 20 anos, entrou em contato com esta redação para externar seu descontentamento e revolta em relação ao atendimento médico –hospitalar que seu ente recebeu do Sistema Único de Saúde (SUS) antes de vir a óbito na última terça-feira, 03.

Narra Gislaine Albino Damasceno, irmã de Guilherme que tudo começou quando o mesmo deu entrada na UPA em Assis as 10h30 do último domingo (01) com fraqueza. Desde o seu nascimento ele era tratado de anemia falciforme. A primeira informação aos familiares é que Guilherme ficaria internado até a segunda-feira, e às 5h30 seria transferido para uma unidade hospitalar em Marília.

Como não havia ambulância, seria levado por transporte coletivo da Saúde. A família optou por leva-lo de carro até Marília e os profissionais da Saúde que o atendiam concordaram que seria melhor para o paciente. Chegando ao hemocentro de Marília antes do horário determinado, Guilherme passou na ala adulta, sendo consultado.

Conta Gislaine que em nenhum momento fizeram a transfusão de sangue em seu irmão. Em vez disto aplicaram-lhe morfina e encaminharam para ficar em um corredor de Pronto Socorro. Ela se lembra da angustia do irmão que nunca tinha vivenciado o clima de um pronto socorro antes.

A informação aos familiares de Guilherme do Pronto Socorro de Marília é que havia encaminhamento para um raios-x e não para transfusão de sangue. Ao tentar falar com enfermeiros sobre a real necessidade do irmão, os familiares foram informados de que o mesmo estava de alta.

De volta para hemocentro os familiares de Guilherme pediram o contato da médica que o atendeu, pois as dores continuavam, mas isso lhes foi negado. Eles então fizeram a única coisa possível; voltaram para Assis com Guilherme.

Depois de tomar um banho em casa, Guilherme clamou para seus familiares o levarem de volta ao UPA e lá novamente deram entrada, por volta das 16h30. “Ele suava muito e seu tornozelo e joelhos apresentavam inchaço”, lembra.

Reclamando de não sentir as pernas, Guilherme foi levado para a emergência, de imediato. Depois disso, os familiares não tiverem mais notícias dele por um tempo. Ainda segundo a família, passou a noite e o médico plantonista disse que estava tudo bem e que Guilherme havia sido medicado e já sentia as suas pernas.

Por mensagem no celular a família conversou com Guilherme. “Na terça-feira por volta das 8h30 o médico ligou para o nosso pai informando que meu irmão sofreu uma parada cardíaca, seria entubado e transferido para Marília”, conta.

Conta ainda Gislaine que seus pais foram na frente de carro enquanto ela ficou para acompanhar o irmão. Ao perceber a movimentação frenética de médicos e enfermeiros, Gislaine recorreu a assistente social para que levassem seu irmão em estado gravíssimo para o regional, pois já havia sido alertada de que ele poderia não resistir a viagem em UTI Móvel até Marília, mas a resposta foi que o Regional não aceitava o paciente. Faltando 10 minutos para às 15 horas, o médico chamou Gislaine para comunicar que o irmão tinha morrido. “Dói saber que em nenhum momento meu irmão foi transferido e nem recebeu a transfusão de sangue, para nós familiares uma negligencia que poderia ter salvado a vida dele”, conclui.

Desde a morte de Guilherme, há uma semana, os pais - Dejadir Maria Damasceno e Claudia Maria Albino, bem como a irmã, Gislaine Albino Damasceno, têm tentado saber o que, de fato, ocorreu. Eles tentam receber os prontuários do paciente. Foi feito boletim de ocorrência para apurar o caso. 

 

Apuração

Nesta tarde de terça-feira, 10, a reportagem entrou em contato com a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde de Assis. A resposta ao questionamento sobre os relatos dos familiares de Guilherme, foi que, por meio da Unidade de Avaliação e Controle e do Departamento Jurídico está se apurando as condutas e serão pedidos o prontuário e todas as evoluções à Cross – Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde.

 

Redação Abordagem

 




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