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POLÍCIA • 10/07/2016

Direção de cervejaria repudia acusações contra irmãos Schincariol

Além dos irmãos, quatro pessoas foram presas na última quinta-feira.

Direção de cervejaria repudia acusações contra irmãos Schincariol

A direção da Cervejaria Malta de Assis, fabrica de refrigerantes e cerveja que é investigada pela Polícia Federal por um esquema de sonegação fiscal, informou em nota divulgada na sexta-feira (8 de julho) que repudia as acusações feitas contra ela e seus sócios. A empresa também afirma que não há organização criminosa atuando na cervejaria que tem como sócios e administradores os irmãos Caetano Schincariol Filho e Fernando Machado Schincariol, presos em maio deste ano por crimes contra a Receita Federal.  (veja abaixo nota na íntegra)

Na quinta-feira (7), a Polícia Federal de Marília cumpriu mais uma etapa das investigações sobre o esquema de sonegação fiscal que envolve os irmãos Schincariol e prendeu quatro pessoas, duas em Assis, uma em Paraguaçu Paulista, e, a quarta, em São Paulo. A operação, denominada Valletta, também teve a participação do Ministério Público Federal e da Receita Federal.

Segundo a investigação, o grupo agia desde 1995 e o prejuízo aos cofres da Receita Federal é de aproximadamente R$ 2 bilhões. “Desse valor, R$ 1,1 bilhão está em execução fiscal e R$ 800 milhões estão em negociação de parcelamento. Mas o fato é que a empresa não tem cumprido com seu papel tributário. O foco desse trabalho é investigar se há uma organização criminosa”, diz o auditor da Receita Federal de Marília, Roger Augusto Siqueira.

 

O G1 e a TV TEM, que inicialmente deram a notícia, tentaram contato com a defesa dos envolvidos e também com o advogado dos irmãos Schincariol, mas eles não foram encontrados.  Os irmãos Caetano Schincariol Filho e Fernando Machado Schincariol foram presos em maio e nesta quinta-feira, equipes da PF cumpriram mais quatro mandados de prisão e sete de busca e apreensão envolvendo pessoas ligadas aos irmãos e que, segundo as investigações, mantinham o esquema de sonegação há mais de 20 anos.

“Não se trata de apurar um crime específico contra a ordem tributária, porque crimes específicos já foram cometidos, condenados. Nesse caso há seis condenações em primeira instância, três confirmados em segunda instância. O objetivo dessa operação é tentar que se cessem essas práticas que têm sido reiteradas há mais de 20 anos, é a acabar com a sonegação. Para se ter uma ideia a primeira autuação é de 1995”, explica o procurador do MPF, Diego Fajardo.

Ainda segundo a Polícia Federal, as investigações apontaram que a organização tinha o objetivo de fornecer estrutura patrimonial, empresarial, contábil e bancária, para que empresas “de fachada” continuassem a produzir, vender e sonegar tributos. Os irmãos Schincariol foram presos preventivamente no dia 3 de maio, por crimes tributários cometidos desde 2011. Ambos  já haviam sido presos em março, pelos mesmos crimes, porém por processos anteriores a 2011. 

Confira a nota da empresa na íntegra:

“A Cervejaria Malta reitera seu compromisso de décadas com a cidade de Assis e região, na criação de inúmeros empregos e desenvolvimento da região. A crise econômica e inúmeros desafios à atividade empresarial que se colocam no país estão sendo administrados pela companhia e seus profissionais, a fim de ultrapassarem os problemas existentes.

Desta forma, a Cervejaria Malta e seus administradores repudiam veementemente as acusações que lhe são imputadas e reitera que não há qualquer organização criminosa ou quadrilha em atuação na empresa. A história da companhia demonstra o seu comprometimento com a sociedade local, e assim continuará.”

Operação Valleta

Dois empresários de Assis foram presos na operação realizada na manhã de quinta-feira (07 de julho). Ambos são sócios de distribuidoras de bebidas instaladas na cidade. São eles R. S. C. P. (mulher) e  E. L. F. (homem), que foram levados inicialmente à Polícia Federal de Marília. Foram presas também duas pessoas em São Paulo e Paraguaçu Paulista: M. C. S., M. H. A. Todos são suspeitos de participar no que a polícia chama de organização criminosa.
Segundo a Polícia Federal esses mandados cumpridos são um braço da investigação que deve ter outros desdobramentos. “O resultado foi 100%. Todos os mandados cumpridos. Esses processos, onde foram expedidos os mandados, tramitam sob sigilo judicial e trata-se de um braço da investigação. Então novos desdobramentos poderão acontecer”, esclarece o delegado da PF, Rogério Hisbek.

Na sequência, as investigações devem revelar, em suas próximas fases, outros integrantes da organização criminosa e descobrir outros crimes de lavagem de dinheiro e estelionato. De acordo com a polícia, foram feitas medidas cautelares de sequestro de bens e valores para ressarcir os prejuízos aos cofres públicos durante a atuação da organização. De acordo com a PF, as penas previstas para o crime, com base na Lei 12850/13, podem chegar a 8 anos de prisão, mais multas, somadas ainda às penas dos crimes contra a ordem tributária.

Fonte G1

 

 



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