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SANTA CASA
ARTIGO • 14/06/2016

Crescer dói e arranca o melhor de nós

Lembro deste comentário em alguma das minhas reflexões de amadurecimento

Crescer dói e arranca o melhor de nós

“Crescer dói e arranca o melhor de nós”. Lembro deste comentário em alguma das minhas reflexões de amadurecimento; uma dessas cartas que escrevo para ler no futuro ou um poema desesperado em resgatar a criança interior. Não lembro exatamente quem jogou a máxima que crescer dói. Dói e arranca o melhor de nós. Sei apenas que guardei essa frase comigo e a coloquei em momentos específicos com amigos próximos - tanto para pensarmos juntos quanto para sofrermos em silêncio. 
Agora, após alguns anos, entendo parte da sentença. Crescer dói. Dói mesmo. Dói porque te põe à prova em um mundo de adultos que parecem muito sérios e sábios enquanto te olham com desprezo ou curiosidade. Dói porque desconstrói gradativamente nosso castelo da imaginação e descobrimos que existem inúmeras vertentes da verdade. Dói porque é imperfeito, porque exige, porque machuca, porque arranca. Mas não o melhor de nós. Pelo contrário. Crescer tem sido um processo que exige apenas e puramente o que posso tentar criar de mais bonito. Crescer me pede para diminuir o ego, abaixar a guarda, não fazer cara feia só porque não aconteceu exatamente como queria. Acima de tudo crescer me leva a conhecer a empatia, revelar conexões, não me achar superior porque tenho uma roupa bonita e escutar quando o homem abandonado grita. É a criança sempre atenta a orientar as decisões da mulher ainda menina; é não manchar lembranças da infância enquanto busco minha sina.
Não é fácil, não acontece com todo mundo, não é questão de tamanho e pode acontecer em um segundo. Finalmente entendi. Finalmente reescrevi: “Crescer dói e exige o melhor de nós.”
Priscila Silvério é jornalista formada pela Universidade Anhembi Morumbi e atua como Analista de Comunicação na empresa Fundação Lemann
 




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