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JUSTIÇA • 06/11/2025 às 20:17, atualizada em 06/11/2025 às 21:16

Justiça pronuncia Gustavo Frioli e Thales Silva por crime que chocou Assis

Réus vão a júri por feminicídio de Jane e tentativa contra a filha dela, ex-mulher de Gustavo.

Justiça pronuncia Gustavo Frioli e Thales Silva por crime que chocou Assis

A Justiça da Comarca de Assis pronunciou Gustavo Sampaio Frioli e Thales Augusto de Souza Silva para que sejam julgados pelo Tribunal do Júri pelos crimes de feminicídio e tentativa de feminicídio cometidos contra Janemeyre Dias de Oliveira, de 50 anos, e sua filha Yohana Dias Borges, de 24.
Gustavo Frioli é ex-genro de Janemeyre e ex-marido de Yohana, com quem estava separado na época do crime.

A decisão foi proferida pela 2ª Vara Criminal e da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que acatou a denúncia do Ministério Público com base nas provas reunidas durante as fases de inquérito e instrução. Entre as qualificadoras reconhecidas estão motivo torpe, emboscada, meio cruel, uso de arma de fogo de uso restrito e dificuldade de defesa das vítimas.

O caso agora segue para julgamento popular, previsto para ocorrer em 2026.

Crime premeditado e com apoio logístico

O crime ocorreu na noite de 5 de abril de 2025, por volta das 20h30, na Rua José Rodrigues Leme, no bairro Nova Assis. Janemeyre dirigia o veículo da família, acompanhada da filha, quando foi surpreendida em uma emboscada. Conforme a denúncia, Gustavo aguardava as vítimas com uma pistola 9 mm e disparou diversas vezes contra o carro, atingindo Janemeyre — que morreu após dar entrada no hospital — e Yohana, que foi ferida na perna e sobreviveu.

A investigação apurou que Thales Augusto de Souza Silva teria auxiliado Gustavo monitorando a rotina da família e vendendo a ele o veículo usado no crime, um Fiat Uno Way prata, que depois do atentado foi levado por Thales a uma loja de revendas em Londrina (PR). O carro foi localizado e apreendido por medida cautelar autorizada pela Justiça.

Vítima tinha medida protetiva

Yohana e Gustavo mantinham um relacionamento anterior, com histórico de agressões, ameaças e medida protetiva vigente. Segundo os autos, ela já havia sido vítima de violência doméstica e, no momento do crime, morava com a mãe por segurança. O casal tem um filho de quatro anos.
A investigação foi conduzida pela Delegacia de Defesa da Mulher de Assis, que reuniu laudos, imagens, gravações e depoimentos cruciais para a denúncia do Ministério Público.



Estrutura jurídica

A acusação é representada pelo advogado Antônio Carlos Tavares, contratado pela família de Yohana, com assistência dos advogados Ernesto Nóbile e Diego Marzola. A defesa de Gustavo Frioli é conduzida pelo advogado Alexandre Valverde, que prefere não se manifestar.

Durante a audiência de instrução, realizada em julho de 2025, Gustavo confessou o crime perante o juiz. Já Thales negou participação direta, mas admitiu que vigiava a residência a pedido de Gustavo, versão considerada inconsistente diante das provas reunidas no inquérito.

Segundo o advogado Ernesto Nóbile, os elementos já reconhecidos pela Justiça indicam que, se condenados, os réus podem receber penas superiores a 45 anos de reclusão.
 

O portal @abordagemnoticias seguirá acompanhando todas as fases do caso até o julgamento no Tribunal do Júri.
 

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