Após mais de três meses de estiagem, a chuva finalmente retornou à região de Assis, trazendo alívio e esperança ao campo. O volume acumulado chegou a cerca de 100 milímetros entre o fim de semana e esta segunda-feira, conforme informou Izzo David, diretor tesoureiro técnico do Sindicato Rural Patronal de Assis. O índice representa um marco importante depois de um longo período de seca que já preocupava os agricultores.

Segundo Izzo, antes desse volume expressivo havia ocorrido apenas uma chuva isolada de cerca de 20 mm em Assis, enquanto outras localidades próximas praticamente não haviam sido beneficiadas.

“Desta vez choveu bem em toda a região, o que é ótimo para recompor a umidade do solo e permitir o início do plantio direto”, destacou o dirigente rural.

Com o solo úmido, os produtores aguardam apenas alguns dias de sol para começar o plantio da soja de verão, principal cultura da região nesta época do ano. O ideal, segundo o técnico, é que a semeadura ocorra até o final de outubro, dentro da janela climática mais favorável.

“A expectativa era começar o plantio por volta do dia 20 de outubro, mas como o solo ainda está encharcado, talvez seja preciso esperar um pouco mais para entrar com as máquinas”, explicou.

Milho de verão comprometido; safrinha dependerá da soja

A longa estiagem também comprometeu o plantio do milho de verão, que normalmente ocorre em setembro. Agora, os produtores concentram os esforços na soja, que servirá de base para o milho safrinha — cultivado logo após a colheita da oleaginosa, geralmente entre fevereiro e março.

“Quem conseguir plantar a soja dentro da janela ideal ainda terá boas condições para o milho safrinha. Mas se o plantio atrasar muito, o milho pode sair fora do período recomendado, com maior risco de perdas”, alertou Izzo.

Otimismo após safras difíceis

Apesar dos desafios, Izzo David se mostra otimista. Com propriedades em Assis e na divisa com Tarumã, ele relata que as chuvas trouxeram alívio e motivação aos produtores locais, que enfrentaram safras difíceis nos últimos anos.

“Estávamos muito preocupados, porque as últimas safras não foram boas. Agora, com a volta das chuvas, acreditamos que a soja possa se desenvolver bem, se o clima continuar colaborando”, afirmou.

O retorno das precipitações ao Vale do Paranapanema representa, assim, um recomeço promissor para a agricultura regional, com o solo revigorado, o otimismo renovado e a expectativa de uma safra 2025/26 mais equilibrada e produtiva.