Em coletiva realizada na última sexta-feira, 3, no gabinete da Prefeitura de Assis, a prefeita Telma Spera esclareceu questões relacionadas à coleta de lixo na cidade, detalhando os desafios atuais e os planos da administração para aprimorar o serviço.

Segundo a prefeita, a coleta de resíduos recicláveis já é terceirizada pela Coocassis (Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis de Assis e Região), que atua na cidade há anos. "Quando nós falamos de coleta de resíduos, é o que popularmente chamamos de lixo. Temos uma classificação mais macro de resíduos, que são recicláveis e não recicláveis. Hoje, já temos uma terceirização na Prefeitura Principal de Assis. Existe um repasse que é feito para a cooperativa que trabalha em nossa cidade, que é a Coocassis. Isso é terceirização. Toda vez que um recurso sai dos cofres da Prefeitura e é repassado para uma instituição, é terceirização", afirmou.

A prefeita destacou ainda sua ligação com a cooperativa: “Eu me considero partícipe desta cooperativa, porque quando foi votada na Unesp, eu estava lá. Quero cumprimentar os professores Ana Maria e Carlos Ladeia, idealizadores deste projeto. Parabéns a todos os cooperados que têm trabalhado com o coração nesse projeto de reciclagem. Não temos modificações drásticas na reciclagem, porque politicamente, dentro de uma visão de políticas públicas, ela precisa dar prioridade para as cooperativas. Então, as cooperativas é que fazem esse trabalho de reciclagem".

Sobre a coleta de lixo comum, Telma reconheceu problemas na organização do serviço. “Hoje, na cidade de Assis, temos problema na coleta de lixo feita pelos nossos equipamentos, pelos nossos caminhões. Parte da equipe é da Prefeitura, outra parte são pessoas da COCASSIS. Eles não têm culpa do que acontece, porque a coleta não condiz com a necessidade da cidade. Não precisamos de coleta todos os dias, ninguém produz lixo diariamente, exceto grandes empresas. A coleta precisa ser organizada, pois é muito ruim estar com todo o movimento na cidade e os caminhões coletando lixo durante o dia. O lixo precisa ser recolhido de forma planejada", disse.

Ela relatou o modelo de ilhas de coleta atualmente adotado: “Os cachorros furam os sacos de lixo, os cavalos mexem nos resíduos, e isso faz com que o lixo se espalhe. Isso prejudica a dignidade dos trabalhadores, que correm atrás do lixo espalhado. Já acompanhei alguns e é muito triste".

Telma explicou que a Prefeitura está criando um projeto para terceirizar a coleta de lixo comum, como já ocorre com a COCASSIS na reciclagem: “Não temos estrutura, não temos recurso para comprar caminhões, montar ecopontos ou containers adequados. Já vai começar a chuva e, com ela, a epidemia do mosquito Aedes aegypti. Precisamos ser humildes e fazer o que é possível agora, assim como fizemos com os ônibus. Tivemos um impacto positivo nos transportes enorme. De 20 mil usuários, passamos para 72 mil. Isso mostra que, se bem conduzida, a terceirização traz benefícios. Temos que organizar a nossa coleta. Não estou falando do reciclável e sim da coleta de lixo de Assis que está em estado deplorável. Não está boa. Todos sabem que ela não está boa. Ela precisa de socorro. Vamos com calma. Dêem um voto de confiança para nós. Vamos fazer o que é melhor para você, cidadão assisense. Estou à disposição e os nossos secretários também". destacou.

Telma também comentou sobre a lei federal que prevê a cobrança de taxa de resíduos, assunto que tem gerado dúvidas na população. “Eu tenho assistido algumas cidades da região onde aumentaram, de fato, o imposto, o IPTU. Hoje existe uma lei federal que não foi a gente que fez, e essa lei até agora não foi solicitada a ser implantada. Se for, nós e a Câmara vamos ter que abaixar a cabeça e cumprir. Quando não se cumpre uma lei federal, os repasses do governo federal não chegam. Tudo é bloqueado. Então, hoje, não tem nada bloqueado. Por enquanto nós não precisamos correr atrás dessa lei, assim, vorazmente. Mas, se eles exigirem, teremos que cumprir da forma menos dolosa possível. Pessoas que estão no CadÚnico e não podem, são isentos. Os outros, taxa simbólica, que não é nossa. Vou repetir. Não é nossa. Não é do município. O município não fez taxa nenhuma. Não vai fazer taxa nenhuma. Essa taxa é do governo federal e que, neste momento, não é obrigatoriedade", explicou.

O secretário de Planejamento, Obras e Serviços de Assis, Leandro Gonçalves Gabrigna, complementou a coletiva explicando a situação da frota de coleta. “Hoje, a frota que faz a coleta na rua é de 2012, 2013. Tivemos dois caminhões mais novos doados em 2022, mas não resolve o nosso problema. Pela coleta ser diária, há um desgaste muito grande. Temos um valor altíssimo de manutenções. Os caminhões que puderem ser reformados serão aproveitados em outras secretarias; os que não derem, infelizmente, vão a leilão. Mesmo porque o Tribunal de Contas nos proíbe. Quando a manutenção chega a 60% do valor de mercado, o veículo precisa ser descartado. A maior parte já ultrapassou esse tempo”, disse.

A prefeita concluiu dizendo que o objetivo é fazer o melhor para o cidadão assisense.