Um caminhoneiro foi indiciado por tentativa de feminicídio, duas tentativas de homicídio qualificadas contra policiais militares, porte ilegal de arma de fogo de calibre restrito e dois crimes de resistência, após protagonizar uma sequência de atos violentos que mobilizou a Polícia Militar e causou pânico na zona rural de Assis, na tarde de domingo, 3.

Segundo apurado, os crimes tiveram início por volta das 15h25, quando o homem provocou uma confusão em um restaurante localizado às margens da Rodovia Miguel Jubran (SP-333). Ele, que possui um relacionamento anterior com uma das funcionárias do local, passou a importuná-la e também a provocar outros trabalhadores. Após ser convidado a se retirar, o caminhoneiro foi até o caminhão onde estava, apanhou um revólver e retornou armado.

A entrada no restaurante só não foi consumada porque os proprietários conseguiram fechar rapidamente as portas da frente, dos fundos e a do caixa. Ainda assim, o homem efetuou diversos disparos contra a porta de vidro, gerando pânico entre os presentes.

Ao perceber a chegada da viatura da Polícia Militar, o agressor fugiu em direção a um condomínio de chácaras, disparando contra os policiais durante a fuga. A equipe iniciou uma perseguição a pé por áreas de mata e terrenos. Durante a fuga, o homem invadiu uma chácara e fez um morador refém dentro do imóvel.

Com o local cercado, os policiais iniciaram uma negociação no interior da residência, buscando preservar a vida da vítima e do próprio agressor. Após momentos de tensão, a equipe conseguiu desarmar o homem e efetuar a prisão, sem que o refém sofresse ferimentos.

O delegado de plantão no dia dos fatos, Giovani Bertinatti, confirmou ao portal Abordagem Notícias que deliberou pelo indiciamento do caminhoneiro nos crimes de porte ilegal de arma de fogo de calibre restrito, duas tentativas de homicídio qualificadas contra policiais militares, dois crimes de resistência e tentativa de feminicídio contra a ex-companheira, que trabalhava no restaurante. Somadas, as penas do indiciado podem ultrapassar 40 anos de reclusão.

Bertinatti informou ainda que, em razão da gravidade dos fatos, e em nome da Polícia Civil, solicitou ao Poder Judiciário a prisão preventiva do indiciado, para que permaneça preso durante todo o processo. O pedido será apreciado nesta segunda-feira (4), durante audiência de custódia.

A filha dos proprietários do restaurante relatou ao portal que a família e os funcionários ainda tentam se recuperar do trauma. “Quando vimos que ele estava armado, conseguimos fechar as portas rapidamente. Foi um susto muito grande, mas agora queremos seguir em frente”, declarou.

A arma utilizada pelo agressor foi apreendida, e o preso permanece à disposição da Justiça.

Imagem cedida por familiar dos responsáveis pelo restaurante