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POLÍCIA • 29/07/2025 às 15:49, atualizada em 29/07/2025 às 19:41

Réu confessa assassinato de Janemeyre Dias de Oliveira, sua ex-sogra

O caso deve ser julgado pelo Tribunal do Júri em Assis.

Réu confessa assassinato de Janemeyre Dias de Oliveira, sua ex-sogra

Uma audiência de instrução realizada no Fórum de Assis no dia 28 de julho de 2025 trouxe novos elementos ao processo que apura o assassinato de Janemeyre Dias de Oliveira, morta a tiros aos 49 anos, na noite de 5 de abril deste ano. Durante a sessão, realizada por videoconferência, o réu Gustavo Sampaio Frioli confessou ter sido o autor dos disparos que mataram a técnica de enfermagem. O segundo acusado, Thales Augusto de Souza Silva, nega participação no homicídio, embora o inquérito aponte seu envolvimento na preparação do crime.

A audiência, que durou pelo menos cinco horas, foi conduzida pelo juiz Bruno Cesar Giovanini Garcia, com atuação do promotor de Justiça Sérgio Campanharo. A família da vítima foi representada pelo advogado Antônio Carlos Tavares, que teve a assistência dos defensores Ernesto Nóbile e Diego Marzola. A defesa dos acusados está sob responsabilidade do advogado criminalista Alexandre Valverde, que preferiu não comentar o caso, pelo menos por enquanto.

Em entrevista ao portal Abordagem Notícias, Nóbile falou sobre a conduta e a personalidade do autor do crime. Segundo ele, Gustavo Frioli agiu de maneira meticulosa e premeditada. “Estamos diante de alguém muito inteligente e cruel, que já tinha pratricado outro homicídio, sendo julgado e condenado na outra ocasião. Um sujeito que arquitetou cada passo e esperou o momento certo para matar. Não se pode falar em inimputabilidade aqui”, afirmou o advogado, reforçando que a defesa não poderá alegar insanidade ou qualquer condição que retire do réu a plena consciência de seus atos.

De acordo com os autos, o crime foi cometido por volta das 20h30 do dia 5 de abril, na Rua José Rodrigues Leme, bairro Nova Assis. Janemeyre estava ao volante de um veículo, acompanhada da filha Yohana Dias Borges, ex-companheira de Gustavo, quando foi surpreendida em uma emboscada. Gustavo aguardava o carro parado e atirou contra as vítimas. Janemeyre foi atingida por três disparos — na nuca, na coluna e na perna — e não resistiu aos ferimentos, morrendo após dar entrada no hospital. Yohana, atingida na perna, sobreviveu. Ela e Gustavo têm um filho de quatro anos e viviam um relacionamento marcado por agressões contra a mulher, ainda segundo os autos. 

As investigações revelaram que Thales Silva, a pedido de Gustavo, monitorou a rotina de Janemeyre nos dias que antecederam o crime. Em depoimento prestado à Delegacia de Defesa da Mulher no dia 8 de abril, Thales admitiu ter feito a vigilância, mas negou participação direta no homicídio. No entanto, a polícia reuniu outras provas que contradizem sua versão, incluindo a negociação de um Fiat Uno Way prata, veículo usado na ação. Gustavo comprou o carro de Thales no dia 2 de abril, três dias antes do crime. Após os disparos, o automóvel foi levado por Thales até uma revendedora em Londrina (PR), numa tentativa de ocultar provas. O carro foi apreendido pela Justiça em 11 de abril, por meio de medida cautelar.

Com a confissão de Gustavo e os demais elementos reunidos no inquérito, o processo segue agora para a fase de decisão de pronúncia. O juiz responsável analisará se os acusados serão levados a julgamento popular pelo Tribunal do Júri.

Janemeyre Dias de Oliveira era servidora da Prefeitura de Assis e também atuava na Vigilância Epidemiológica de Cândido Mota. Deixou duas filhas, Karen e Yohana, vítima alvo, sobrevivente da tentativa de homicídio.

Fonte: Da Redação

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