Réu confessa assassinato de Janemeyre Dias de Oliveira, sua ex-sogra
O caso deve ser julgado pelo Tribunal do Júri em Assis.

Uma audiência de instrução realizada no Fórum de Assis no dia 28 de julho de 2025 trouxe novos elementos ao processo que apura o assassinato de Janemeyre Dias de Oliveira, morta a tiros aos 49 anos, na noite de 5 de abril deste ano. Durante a sessão, realizada por videoconferência, o réu Gustavo Sampaio Frioli confessou ter sido o autor dos disparos que mataram a técnica de enfermagem. O segundo acusado, Thales Augusto de Souza Silva, nega participação no homicídio, embora o inquérito aponte seu envolvimento na preparação do crime.
A audiência, que durou pelo menos cinco horas, foi conduzida pelo juiz Bruno Cesar Giovanini Garcia, com atuação do promotor de Justiça Sérgio Campanharo. A família da vítima foi representada pelo advogado Antônio Carlos Tavares, que teve a assistência dos defensores Ernesto Nóbile e Diego Marzola. A defesa dos acusados está sob responsabilidade do advogado criminalista Alexandre Valverde, que preferiu não comentar o caso, pelo menos por enquanto.
Em entrevista ao portal Abordagem Notícias, Nóbile falou sobre a conduta e a personalidade do autor do crime. Segundo ele, Gustavo Frioli agiu de maneira meticulosa e premeditada. “Estamos diante de alguém muito inteligente e cruel, que já tinha pratricado outro homicídio, sendo julgado e condenado na outra ocasião. Um sujeito que arquitetou cada passo e esperou o momento certo para matar. Não se pode falar em inimputabilidade aqui”, afirmou o advogado, reforçando que a defesa não poderá alegar insanidade ou qualquer condição que retire do réu a plena consciência de seus atos.
De acordo com os autos, o crime foi cometido por volta das 20h30 do dia 5 de abril, na Rua José Rodrigues Leme, bairro Nova Assis. Janemeyre estava ao volante de um veículo, acompanhada da filha Yohana Dias Borges, ex-companheira de Gustavo, quando foi surpreendida em uma emboscada. Gustavo aguardava o carro parado e atirou contra as vítimas. Janemeyre foi atingida por três disparos — na nuca, na coluna e na perna — e não resistiu aos ferimentos, morrendo após dar entrada no hospital. Yohana, atingida na perna, sobreviveu. Ela e Gustavo têm um filho de quatro anos e viviam um relacionamento marcado por agressões contra a mulher, ainda segundo os autos.
As investigações revelaram que Thales Silva, a pedido de Gustavo, monitorou a rotina de Janemeyre nos dias que antecederam o crime. Em depoimento prestado à Delegacia de Defesa da Mulher no dia 8 de abril, Thales admitiu ter feito a vigilância, mas negou participação direta no homicídio. No entanto, a polícia reuniu outras provas que contradizem sua versão, incluindo a negociação de um Fiat Uno Way prata, veículo usado na ação. Gustavo comprou o carro de Thales no dia 2 de abril, três dias antes do crime. Após os disparos, o automóvel foi levado por Thales até uma revendedora em Londrina (PR), numa tentativa de ocultar provas. O carro foi apreendido pela Justiça em 11 de abril, por meio de medida cautelar.
Com a confissão de Gustavo e os demais elementos reunidos no inquérito, o processo segue agora para a fase de decisão de pronúncia. O juiz responsável analisará se os acusados serão levados a julgamento popular pelo Tribunal do Júri.
Janemeyre Dias de Oliveira era servidora da Prefeitura de Assis e também atuava na Vigilância Epidemiológica de Cândido Mota. Deixou duas filhas, Karen e Yohana, vítima alvo, sobrevivente da tentativa de homicídio.
Fonte: Da Redação
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