Quarta-feira, 16, pela manhã, foi realizada uma assembleia em frente ao Hospital Regional de Assis, com a participação dos servidores da unidade. A atividade foi organizada pelo Sindsaúde-SP (Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo) e teve como objetivo dialogar com os trabalhadores sobre a mobilização da categoria diante da falta de respostas do governo estadual às reivindicações apresentadas em fevereiro deste ano.

Segundo Silmara Amaral Neves, diretora regional da subsede de Marília do Sindsaúde-SP, estava previsto para esta quarta-feira a realização de um ato público e também o início de uma paralisação de 48 horas, que ocorre de forma simultânea em diversos equipamentos de saúde do Estado de São Paulo.

A mobilização é parte da campanha salarial da categoria, que desde o início do ano cobra do governo estadual uma série de pautas, entre elas:

Reajuste no valor do ticket alimentação;
Pagamento da bonificação por resultado referente ao ano de 2024;
Regularização dos depósitos do FGTS e do INSS dos trabalhadores contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), cujos repasses não estariam sendo realizados corretamente;
Criação de uma comissão para discutir o GEDANSP (Gratificação Especial dos servidores do IANSP).

Até o momento, de acordo com o sindicato, nenhuma das demandas foi atendida, o que gerou descontentamento entre os trabalhadores. No entanto, com o avanço da mobilização e o anúncio da paralisação, o governo estadual entrou em contato com o sindicato e agendou uma reunião para esta quinta-feira, 17, pela manhã, com o objetivo de apresentar uma proposta oficial para a categoria.

“O governo estadual nos chamou para conversar. Teremos uma reunião em que será apresentada uma proposta referente ao aumento do ticket alimentação, uma data para o pagamento da bonificação de 2024 e uma solução para os problemas envolvendo os trabalhadores CLT. Também será discutida a criação de uma comissão para tratar do GEDANSP”, explicou Silmara.

Ainda segundo a diretora regional do sindicato, após a reunião com o governo, será realizada uma Assembleia Geral com a categoria na sexta-feira, 18 de julho, às 10 horas, em frente à Secretaria Estadual de Saúde, na capital paulista. Na ocasião, os trabalhadores irão deliberar sobre a proposta apresentada.

“A categoria vai analisar se a proposta é válida, se é decente. Caso sim, tudo bem. Caso contrário, vamos partir para uma paralisação mais ampla da saúde em todo o Estado de São Paulo”, afirmou Silmara.

Ela também destacou a preocupação com a entrega de unidades públicas de saúde para Organizações Sociais (OSs), como tem ocorrido no Hospital Regional de Assis.

“Estamos vivenciando um processo de desvalorização do serviço público, com a entrega dos equipamentos para as OSs, o que compromete a qualidade do atendimento e precariza o trabalho dos profissionais da saúde”, alertou.

Por fim, Silmara reforçou que estará novamente no Hospital Regional de Assis nesta quinta-feira, para conversar com os trabalhadores logo após a reunião com o governo, trazendo as informações atualizadas e preparando a mobilização para a assembleia geral da sexta-feira.

A categoria permanece em estado de alerta e, dependendo da resposta do governo, não está descartada a possibilidade de uma greve geral da saúde em São Paulo.