A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (15) a Operação Chrysós, com o objetivo de combater uma organização criminosa transnacional envolvida em uma série de crimes, incluindo trabalho análogo à escravidão, tráfico de pessoas, contrabando, falsificação de marcas e fabricação de produtos nocivos à saúde.

O foco da ação foi uma fábrica clandestina de cigarros instalada na zona rural entre Ourinhos e Ribeirão do Sul, no interior de São Paulo. No local, foram resgatados 14 trabalhadores paraguaios submetidos a jornadas exaustivas, confinamento e condições degradantes. Eles estavam impedidos de se comunicar com o mundo externo e eram forçados a trabalhar continuamente na produção ilegal de cigarros.

A investigação, iniciada pela delegacia da PF em Guaíra (PR), revelou que os trabalhadores eram aliciados no Paraguai e trazidos para o Brasil por via terrestre, principalmente pela fronteira com o Paraná. Após a entrada no país, eram levados até Ourinhos, onde passavam a viver em regime de trabalho forçado.

A fábrica operava com estrutura itinerante e estava prestes a ser desmontada para transferência a outro município, possivelmente Marília. A estimativa é de que a unidade tivesse capacidade para produzir cerca de 60 mil maços de cigarros por dia.

Durante a operação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Também foi determinado o bloqueio de bens dos investigados, totalizando R$ 20 milhões.

As ações contaram com o apoio do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho. Os trabalhadores resgatados foram encaminhados para acolhimento e acompanhamento pelas autoridades competentes.

A operação representa um duro golpe contra o crime organizado na região e revela a gravidade dos crimes cometidos em pleno interior paulista. As investigações seguem em andamento.