As mães no Brasil hoje: por menos estereótipos e mais amor
A maternidade é uma jornada transformadora, cheia de desafios e alegrias.
A maternidade é uma jornada transformadora, cheia de desafios e alegrias. No entanto, a realidade da maternidade hoje, especialmente no Brasil, apresenta questões importantes que merecem atenção. Eu tive a sorte de ser criada por uma mulher cujos valores sempre foram muito firmes e, ao mesmo tempo, à frente do seu tempo.
D. Elza Brasil do Nascimento sempre foi, e é, presente na minha vida e me ensinou aquilo que importa: nossos valores pessoais sempre serão a base de tudo o que construímos. Ela foi um grande apoio na minha jornada pessoal e serei eternamente grata a tudo que ela deixou como legado.
Mas sei que ser mãe no Brasil envolve uma série de desafios. Dentre eles, destacam-se a falta de apoio social e político, a desigualdade de gênero no mercado de trabalho e a pressão social para se encaixar em estereótipos idealizados de maternidade. A falta de licença-maternidade adequada, creches de qualidade acessíveis e a dificuldade em conciliar carreira e cuidados com os filhos são apenas algumas das questões enfrentadas pelas mães brasileiras.
Quando vemos, nessa época do ano, campanhas que falam sobre o amor maternal, precisamos identificar quem nem sempre está todo mundo representado ali.
Criar uma rede de apoio e suporte emocional é essencial para as mães. Iniciativas que promovam a criação de grupos de apoio, programas de mentoria ou espaços de acolhimento podem auxiliar as mães a compartilharem experiências, se sentirem compreendidas e encontrarem soluções conjuntas para os desafios da maternidade.
Garantir o acesso a serviços e recursos essenciais é fundamental para uma maternidade mais justa. Isso inclui investimentos em saúde materna e infantil, ampliação de creches de qualidade, políticas de amamentação e alimentação saudável, além de programas de educação parental que ofereçam orientação e suporte para mães e pais.
Eu sei que ser mãe no Brasil é enfrentar desafios significativos, mas para que as gerações futuras cresçam em uma outra realidade, é preciso promover mudanças que tornem a maternidade mais justa para todas as mulheres - não só para quem tem privilégios.
Sem falar nos estereótipos da maternidade, representações simplificadas e generalizadas do que se espera de uma mãe, baseadas em ideias preconcebidas e normas sociais, como, por exemplo "a mãe perfeita": alguém que é capaz de fazer tudo com perfeição - equilibrar carreira, cuidar dos filhos, manter a casa impecável e ainda estar sempre sorridente e disponível. É uma pressão irreal e pode levar as mães a se sentirem culpadas e inadequadas.
Ou "a mãe abnegada", que deve sacrificar suas próprias necessidades e desejos em prol dos filhos. Ela é esperada para estar sempre disponível, colocando as necessidades dos filhos acima de tudo, o que pode levar à exaustão física e emocional.
Outros estereótipos que vemos diariamente: "a mãe que renuncia à carreira": Esse estereótipo sugere que a maternidade implica abandonar ou reduzir significativamente a carreira profissional. Isso pode levar à desvalorização das mulheres no mercado de trabalho e à falta de oportunidades para as mães conciliarem a maternidade e o trabalho.
É importante reconhecer que as mães são indivíduos únicos, com diferentes experiências, habilidades e desejos. Desafiar esses estereótipos é fundamental para permitir que as mães sejam vistas e valorizadas em toda a sua diversidade, além de permitir que cada mulher viva a maternidade de acordo com suas próprias escolhas e necessidades.
Ao trabalhar pela igualdade de gênero, promover uma divisão equitativa das responsabilidades parentais, criar redes de apoio, garantir acesso a serviços e recursos essenciais e desmistificar o papel da mãe, estaremos contribuindo para um futuro em que todas possam vivenciar a maternidade de uma outra forma. Mais justa, mais equilibrada, sem expectativas e estereótipos, mas sempre com muito amor.
Feliz Dia das Mães!
Fonte: Inocência Manoel
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