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UNOPAR/ANHANGUERA
LOCAL • 15/04/2021

Histórias que inspiram: Casal de Assis sobrevive à Covid-19

Ele teve 90% de comprometimento pulmonar; ela, 40%.

Histórias que inspiram: Casal de Assis sobrevive à Covid-19

Em meio a tantos óbitos, tantas notícias triste, Abordagem Notícias reporta hoje a história bastante inspiradora de um casal residente em Assis. Sergio Henrique Leonardi, 40 anos, e Michele Iara Leonardi, de 36, infectados com gravidade pelo novo coronavírus, venceram a dura batalha pela recuperação.


Sergio teve os primeiros sintomas no dia 14 de março desse ano, Michele, dez dias depois. Ele chegou a ter comprometimento de 90% dos pulmões; ela, 40%.

Para ele, tudo começou com uma coceira na garganta, confundida com alergia a poeira, pois trabalha da zona rural. Dois dias depois, a dor nas costas incomodava e surgiu uma febre moderada. Os sintomas foram piorando a cada dia, com febre alta e tosse que não cessavam com remédio algum. A internação ocorreu no dia 21; ou seja, uma semana após os primeiros sintomas.

Michele conta que logo de início veio uma febre alta, beirando os 39 graus, muito calafrio e suor excessivo. Na madrugada do dia 29, sozinha em casa, precisou chamar o SAMU, pois sentia muita falta de ar, pressão alta e a saturação chegou a 83.

Para ela, que logo abaixo relata a difícil experiência do casal, foram dias de muita luta, em que o pensamento de morte não saia da mente de nenhum dos dois, que não queriam e não chegaram a ser intubados, e receberam alta hospitalar recentemente.

“Quando você recebe o positivo para a Covid-19, parece uma sentença de morte, mas não podemos deixar isso dominar a nossa mente, pois nossa mente manda no nosso corpo. Temos que ter fé,  esperança de que tudo vai passar”, descreve em uma parte do seu relato.

Michele ficou internada por sete dias, no Hospital Regional de Assis. Sérgio ficou na Santa Casa de Assis, por 14. Ambos se recuperam em casa.

 

Depoimento com final feliz, feito por Michele:

 

 

 

“No dia 14 de março, meu esposo começou a se queixar de um desconforto na garganta, uma coceirinha chata, mas como ele trabalha na área rural, achou que poderia ser alergia a poeira e foram passando os dias. No dia 16, começou uma dor nas costas chata, e uma quentura, tipo febre interna, na qual ele transpirava muito, de chegar a molhar onde estava sentado. Mas ele achou normal e no outro dia os sintomas começaram a piorar, aí já veio a tosse e uma febre alta que não cessava com nenhum remédio.

No dia 18 de março ele foi trabalhar, e como havia passado mal há alguns dias, foi chamado ao ambulatório onde fez o teste rápido e constou o positivo, então as coisas mudaram. Com quatro dias, os sintomas estavam suaves, até que no dia 20 começou a falta de ar e fomos até a UPA. Ele fez o primeiro raios-x, onde apareceu que o pulmão já não estava legal, mas infelizmente eles vão pela sua saturação, e se a saturação estiver ok, te mandam para casa; foi o caso do Sergio.

Viemos para casa e ele estava com uma tosse que não cortava com nada e já estava tomando os remédios da Covid, mas os sintomas só iam piorando. À noite, com dificuldades para dormir, passou a madrugada toda sentado, pois era o único jeito que conseguia respirar.

No dia 21, pela manhã, procuramos a UPA novamente, pois o quadro havia piorado e ele precisava de ajuda para respirar. Aí o médico, João Jabur - um anjo nas nossas vidas, solicitou a internação dele, com urgência. Graças a Deus, no mesmo dia saiu a vaga na Santa Casa de Assis, e  internei meu marido, mas a gravidade do caso era tanta, que eu não tinha certeza se ele sairia vivo de lá, mas aprendi uma coisa: que esse vírus domina nossa mente e não podemos deixar.

Depois que ele internou, no dia 21 fiquei sem notícias dele por dois dias. Ele não tinha força para segurar o celular e nem para falar. Aí o negócio na minha casa pegou também! Eu estava contaminada pelo vírus, mas graças a Deus, nossa filha de sete anos não pegou a doença.

No dia 24, a enfermeira entrou em contato comigo e disse que meu esposo havia feito uma tomografia e que seu pulmão estava 90% comprometido, então me bateu desespero e já pensei no pior. Avisei os amigos e começamos uma corrente de oração.

No mesmo dia, comecei a ter uma febre alta, beirando, os 39 graus, tinha muito calafrio e suava demais. No dia 29 de março o negócio apertou para o meu lado. De madrugada precisei chamar o Samu, pois eu não estava respirando bem e minha saturação estava 83, cheguei à UPA com a minha pressão altíssima, muita falta de ar, e fui internada também, à espera de uma vaga. Dois dias depois, consegui a vaga no Hospital Regional de Assis, onde fui muito bem recebida e cuidada por aqueles profissionais que me fizeram enxergar que eu precisa lutar contra o vírus, para  vencer ele.

Fiz uma tomografia e havia 40% dos meus pulmões comprometidos. Pensei comigo: meu esposo vai sair daquele hospital e precisar de mim, minha filha também precisa! Aí foram dias de lutas, mas graças a Deus fui vencendo um obstáculo a cada dia. O médico cogitou intubar meu esposo, por três vezes, pois ele não tinha forças para nada, mas graças ao fisioterapeuta, que viu a vontade dele em viver, não permitiu a intubação.

Eu fiquei sete dias internada no Hospital Regional, e graças a Deus tive alta e minha recuperação está sendo ótima. Meu esposo ficou 14 dias internado, foi curado por Deus, primeiramente. No hospital usou máscara, não foi intubado e só ficava deitado de prona (de bruço).

O pensamento de morte não sai da nossa mente. Vi uma moça jovem, tão linda, falecer, e talvez aquela imagem me fez lutar cada vez mais pela minha vida. Meu esposo também achou que não sairia vivo daquele hospital, e uma semana após ter a alta hospitalar, está se recuperando a cada dia que passa; o pulmão está se regenerando e melhorando a falta de ar. Cansaço ele ainda tem, mas é bem menos.

Graças a Deus, primeiramente, e as equipes médicas que cuidaram da gente muito bem, podemos agradecer a todos que oraram por nossa vida. São muitas pessoas mesmo, não iremos conseguir agradecer a todos, mas Deus ouviu a oração de cada um. Hoje estamos curados, para a honra e glória do Senhor.

Você que tem alguém que está com essa doença, tenha fé! Deus é maior que esse vírus; creia que tudo vai dar certo. Não podemos perder a fé jamais.”

 

Redação Abordagem Notícias