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CATEDRAL
ARTIGO • 23/08/2019

Estabelecer limites é preciso!

Por Wilma M. Coronado Antunes

Estabelecer limites é preciso!

A família vive hoje momentos de crise. Preocupada com a própria sobrevivência e estimulada a toda hora por apelos consumistas que sufocam seus membros, a família tem se adequado a este novo momento neste início de século na busca do ajuste às novas ideias, às novas tendências, às novas concepções.

Nós, que somos de uma geração que já vivenciou inúmeras mudanças, sem questionamentos e traumas, nos surpreendemos com os jovens pais de hoje. É mesmo surpreendente sentir sua capacidade de diálogo em conversas e conversas a respeito dos mais diferentes assuntos, disponíveis com facilidade em livros, revistas, jornais, internet, enfim na mídia toda.

Convenhamos, nossos jovens pais estão teoricamente bem preparados para enfrentar o cotidiano dos filhos. Entretanto é na prática em que estão as dificuldades. Estabelecer limites é preciso. Aí é que está o nó da questão: ensinar que há limites a serem respeitados, que nossos limites vão até onde começam os limites dos outros. Difícil !! Sim, uma empreitada que começa desde muito cedo, desde que a criança está no berço e vai pela vida afora, na infância, na juventude, na velhice, pois como diz a sabedoria popular “na escola da vida não há férias.”

Sempre estamos aprendendo  a respeitar o nosso próximo, a identificar os seus limites e os nossos, verdadeira demonstração de respeito e de amor ao próximo. E esta é uma lição que os jovens pais têm que ensinar aos seus filhos. Especialmente através do exemplo, da ação que a criança está vendo, ouvindo, participando. Dizer sim ou não, seguido de exemplo. O que adianta a mãe dizer para seu filho não fumar, se ela é uma consumidora voraz do cigarro. E também adianta o pai pedir para que seu filho não beba uma latinha de cerveja, se a geladeira está cheinha de latinhas de cerveja prontas para serem consumidas a qualquer hora.

É das mais difíceis a tarefa de dar o exemplo, porque os pais tem que se privar de alguns privilégios, despojar-se de algumas regalias em nome da educação dos filhos. Dizer o sim por comodismo já não satisfaz. Ou dizer não, só o não, também não convence mais. Já nos convenceu, nós que fomos educados a não questionar nossos pais, a simplesmente acatar ordens de forma submissa.. Entretanto a autoridade dos pais hoje está sendo questionada com argumentos e argumentos firmes. Muito mais difícil. Estabelecer limites com argumentos, com explicações, com justificativas, é muito mais difícil.

São ponderações que estou partilhando com você, caro leitor. Escrever é algo que nos dá prazer quando podemos partilhar ideias numa forma de crescimento pessoal.  Convivemos com pluralidades, com diferenças e o respeito tem que prevalecer em todas as relações humanas. Árdua e  enobrecedora é a missão de educar. Incumbência que cada um de nós pode corajosa e humildemente  assumir com a certeza de que bons frutos serão colhidos.

Wilma M. Coronado Antunes