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ASSIS E REGIÃO • 17/12/2025 às 09:16, atualizada em 17/12/2025 às 09:18

Safra de cana se encerra com bons resultados na região

Mas exige atenção para cana bisada e pressão de pragas no verão.

Safra de cana se encerra com bons resultados na região

A safra de cana-de-açúcar 2024/2025 caminha para o encerramento na região com um cenário considerado positivo em termos de produtividade e qualidade agrícola. De acordo com o Departamento Agrícola da Assocana, não houve quebra de TCH nas áreas acompanhadas pelos técnicos - os resultados obtidos ficaram bastante compatíveis com as estimativas realizadas ao longo do ciclo.

A maior parte dos produtores demonstra satisfação com o desempenho do canavial, especialmente quando comparado a outras regiões do Estado de São Paulo, que enfrentaram maiores dificuldades nesta safra.

Apesar do bom desempenho geral, o final de safra traz pontos de atenção importantes, principalmente relacionados à permanência de cana em pé em algumas áreas industriais e ao aumento da pressão de pragas com a chegada do verão.

Cana bisada: um problema silencioso no campo

Em algumas áreas, a tendência é que sobre cana em pé ao final da moagem. Conhecida como cana bisada, essa condição ocorre quando a cultura não é colhida dentro da safra e permanece no campo para o próximo ciclo.

Além do impacto operacional, a cana bisada traz consequências agronômicas relevantes. Essas áreas acabam funcionando como abrigo para pragas, favorecendo a sobrevivência de insetos durante períodos menos favoráveis.

Outro problema é a emissão de brotos laterais, que competem por energia com o colmo principal, comprometem o desenvolvimento da soqueira seguinte e dificultam o manejo do canavial.

Do ponto de vista industrial, a cana bisada também apresenta queda de ATR, uma vez que o envelhecimento dos colmos, associado ao brotamento lateral e à maior exposição a pragas e doenças, reduz a qualidade tecnológica da matériaprima.

Pragas “invisíveis” no inverno e explosão populacional no fim do ano

Outro fator que merece atenção neste período é o aumento expressivo da população de pragas a partir de novembro e, principalmente, em dezembro. A sensação comum no campo é que esses insetos “desaparecem” no inverno e “voltam com força” no fim do ano. No entanto, a ciência mostra que o processo é diferente do que parece.

Um estudo conduzido pela Epagri, que monitorou entre 2008 e 2020 a flutuação populacional do percevejo-do-grão (Oebalus poecilus) em lavouras de arroz irrigado em Santa Catarina, revelou um padrão que se repete em diversas culturas: os picos de infestação ocorrem justamente em novembro/ dezembro e novamente em fevereiro, após meses de baixíssima presença no inverno e início da primavera.

Segundo os pesquisadores, essas pragas não entram em hibernação propriamente dita. Muitas espécies passam pelo período frio em diapausa, uma pausa programada no desenvolvimento quando as temperaturas caem ou os dias ficam mais curtos. Outras sobrevivem em micro-habitats protegidos, como vegetação espontânea, restos culturais e bordas de mata, mantendo populações reduzidas até que as condições ambientais se tornem favoráveis novamente.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Assocana

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ESCRITORIO ESCARAMBONI