Câmara de Assis deve abrir CPI para investigar possíveis irregularidades desde 2017
Investigação mira secretarias da gestão anterior e possíveis reflexos na atual administração.
O cenário político de Assis ganhou um novo movimento nesta segunda-feira (17). A Câmara Municipal receberá, por volta das 18 horas, o pedido formal de abertura da CPI nº 1/2025, apresentado pelos vereadores Fernando Sirchia (PDT), Fábio Alerta Verbal (PSD), Fernando Kiko (UB), Lucas Gomes (SDD), Português (PT) e Timba (PRD).
A Comissão pretende investigar possíveis irregularidades nas Secretarias de Obras, Saúde e Educação, três estruturas centrais para o funcionamento da máquina pública. O requerimento foi protocolado com base na Constituição Federal, Constituição Estadual, Lei Orgânica do Município e Regimento Interno da Câmara.
O período a ser analisado é amplo: janeiro de 2017 até os dias atuais, cobrindo os oito anos da gestão do ex-prefeito José Fernandes. De acordo com os vereadores, há indícios que levantam questionamentos sobre compras, contratos, manutenção de veículos, controle de combustíveis e gestão da frota municipal ao longo desse período.
Timba e a motivação para assinar
O portal Abordagem Notícias ouviu três vereradores, dentre os quais, Timba, questionando-o sobre o que o levou a assinar o pedido da CPI e se houve algo específico que chamou sua atenção. Ele respondeu:
“O que me levou a assinar a abertura de uma CPI para apurar indícios de possíveis desvios de combustível na Saúde é o de dar uma resposta para a sociedade, e, se confirmado, levar os culpados a responderem pelos atos. Até porque nós, vereadores, somos cobrados de que essa prática se estende desde a administração anterior, em diversas secretarias. A mais recente que chegou até nós, vereadores, foi com relação a suposto desvio de combustível na Secretaria da Saúde. A missão principal da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é fiscalizar e investigar um fato determinado de interesse público, com o objetivo de apurar elementos de prova sobre supostos atos ilícitos ou irregularidades na administração pública. E, dentro desse objetivo, estaremos cumprindo o nosso papel que o mandato nos confere.”
Fábio Alerta aponta combustível como tema mais urgente
Para o vereador Fábio Alerta Verbal, a apuração sobre o uso de combustível — especialmente na área da Saúde — precisa ser tratada com prioridade.
“O ponto que considero mais urgente para esclarecimento é a questão do combustível. Surgiram informações que precisam ser verificadas, com calma, especialmente no que diz respeito ao uso na Saúde. Como vereador, meu papel é contribuir para que tudo seja apurado com transparência, sem pré-julgamentos. Assinei porque acredito que esclarecer esse tema é importante para a cidade.”
Sirchia frisa que a CPI não olha só para o passado.
O vereador Fernando Sirchia comentou com a reportagem que A CPI não olha só para o passado. "Há indícios sérios de possíveis práticas de corrupção que também alcançam a atual administração. Entre eles, suspeitas de desvios de combustível justamente na Saúde durante a atual gestão, uma área onde cada real faz falta para atender a população. Se confirmados, esses desvios podem ter causado prejuízos que chegam a centenas de milhares de reais ao município. A sociedade merece a verdade completa, porque quando recursos somem da Saúde, quem sofre é o cidadão que mais precisa.”
Ao comentar a abrangência do trabalho da Comissão, Sirchia completou:
“O objeto da investigação é restrito a somente essas três secretarias, que juntas representam centenas de milhares de reais anuais em consumo de combustível, manutenção de frota, compra de insumos e serviços. Apesar de ser um objeto de investigação extenso, já temos fortes provas e indícios que nos permitem afirmar que centenas de milhares de reais foram desviados dos cofres públicos nos últimos 10 anos."
O radar da CPI
Entre os pontos listados no pedido estão:
Possível sobrepreço em veículos e equipamentos
Contratos de transporte público e escolar
Controle e consumo de combustíveis
Manutenção e gestão da frota
Possível fragmentação de licitações
Irregularidades na folha de pagamento (horas extras, adicionais, escalas)
O requerimento menciona ainda suspeitas de serviços pagos e não realizados e possíveis relações irregulares entre servidores e empresas — pontos que serão analisados pela Comissão.
Caso as suspeitas se confirmem, o material pode revelar falhas importantes na fiscalização financeira e patrimonial do município ao longo de vários anos.
Fonte: Da Redação
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