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ASSIS E REGIÃO • 16/08/2025 às 07:59, atualizada em 16/08/2025 às 08:01

Advogado preso por apropriação indébita agora é denunciado por rombo no Maracaí Rodeio Fest

Assisense, de 42 anos, é acusado de se apropriar de valores de clientes

Advogado preso por apropriação indébita agora é denunciado por rombo no Maracaí Rodeio Fest

Um advogado identificado pelas iniciais R.A.L., de 42 anos, foi preso preventivamente nesta segunda-feira, 11, em Assis, após se apresentar voluntariamente à Polícia Civil. Contra ele havia mandado de prisão expedida pela Justiça sob a acusação de apropriação indébita. O  homem foi conduzido à Penitenciária de Assis, onde permanece à disposição do Poder Judiciário.

De acordo com as investigações, R.A.L. teria se apropriado de valores pertencentes a clientes e entidades, incluindo, conforme descoberto recentemente, a organização do rodeio de Maracaí. O caso ganhou mais repercussão após a Prefeitura do município divulgar uma nota oficial denunciando o desvio e apontando o prejuízo sofrido.

Nota da Prefeitura de Maracaí

"A Prefeitura de Maracaí vem a público informar que foi surpreendida com a notícia de que o advogado responsável por representar juridicamente a Associação do Rodeio, evento tradicional do nosso município, está sendo investigado e foi preso por apropriação indébita. Levantamento preliminar realizado pela própria associação aponta que o prejuízo causado pelo advogado ultrapassa R$ 180 mil.

A administração municipal manifesta sua indignação diante do ocorrido e reafirma seu compromisso em apoiar a associação e colaborar com as investigações, para que todos os valores desviados sejam devidamente apurados e, se possível, restituídos.

Nosso objetivo é garantir que episódios como este não prejudiquem a realização do rodeio, que é patrimônio cultural e econômico de Maracaí, responsável por movimentar o comércio local e atrair visitantes de toda a região.”

Entenda o caso segundo as investigações da Polícia Civil

(Informações extraídas do Boletim de Ocorrência nº LS1636-1/2025, Delegacia de Polícia de Maracaí)

Linha do tempo dos fatos apurados

                •             Adulteração de contrato – O advogado R.A.L. teria alterado um contrato original de R$ 130 mil para R$ 220 mil, acrescentando cláusula para pagamento antecipado de R$ 90 mil a “B.”, pessoa ligada ao suspeito.

                •             Transferências via terceiros – O valor da entrada teria sido enviado via PIX para R.R. (“X.”) e, em seguida, transferido para conta de A.S.P., esposa de R.A.L. à época.

                •             Uso de intermediários – Pessoas como “C.B.” teriam se passado por compradores de espaços na praça de alimentação para intermediar transações em benefício de R.A.L.

                •             Desvio de vendas de camarotes – No dia da festa de lançamento do rodeio, R.A.L. teria retirado R$ 31 mil em espécie do caixa da empresa L.S.T., responsável pelas vendas.

                •             Prejuízo estimado – Entre valores de camarotes, vendas presenciais e o acréscimo no contrato, o prejuízo pode ultrapassar R$ 200 mil.

Modus operandi apontado pela investigação:

                1.            Alteração de contratos para elevar valores e criar obrigações de pagamento antecipado.

                2.            Direcionamento de recursos para contas de pessoas próximas.

                3.            Utilização de intermediários para encobrir a destinação do dinheiro.

                4.            Retirada de valores em espécie durante eventos.

                5.            Apresentação de comprovantes que, segundo a associação, não correspondiam a repasses legítimos.

Prefeito detalha como o caso foi descoberto

O Portal Abordagem Notícias conversou, na noite desta sexta-feira, com o prefeito de Maracaí, Paulo Eduardo da Silva, popular Paulinho, que explicou como o caso veio à tona.

Segundo ele, toda a situação foi descoberta pela AMEC (Associação Maracaí de Eventos Culturais), entidade responsável pela organização do rodeio e que recebe apoio financeiro da Prefeitura. Patrícia Cristine Passos, que está à frente da AMEC, recebeu mensagens e comprovantes de transferências que despertaram desconfiança.

A partir disso, começou-se a desvendar o que o prefeito descreveu como um “quebra-cabeça”. Na segunda-feira, a associação iniciou um levantamento interno e, na terça-feira, o prefeito, acompanhado de Fabrício Antônio Paiva Cruz, atual presidente da comissão organizadora, e de Patrícia, compareceu à Promotoria de Justiça levando toda a documentação apurada.

Paulinho relatou que R.A.L. integrava a comissão organizadora do rodeio desde 2022, mas foi afastado em 2024/2025 por suspeitas, sendo substituído por Fabrício. O prefeito reforçou que todos os recursos movimentados estavam na conta da AMEC, e não da Prefeitura Municipal.

“Nunca colaborei com a corrupção e nunca acobertei ninguém. Assim que soube, fomos imediatamente à Promotoria. Agora, vamos contratar uma auditoria para analisar as contas da AMEC de todos os rodeios realizados”, declarou.

Prisão e posicionamento da defesa

O advogado R.A.L. se apresentou voluntariamente à Polícia Civil no dia 11 de agosto para iniciar o cumprimento de pena, determinada pela Justiça, em regime semiaberto. A condenação é referente ao crime de apropriação indébita, definida após decisões judiciais que tramitaram desde setembro de 2023.

Em contato com a reportagem, o advogado de defesa de R.A.L., Thiago Medeiros Caron, por conta da prisão pelo primeiro caso denunciado, ele afirmou que o processo “já foi definitivamente encerrado pela Justiça” e que não seriam feitos comentários adicionais sobre o mérito da decisão, em respeito ao sigilo e à privacidade das partes e familiares.

O Portal Abordagem Notícias ressalta que está aberto a publicar, a qualquer tempo, a íntegra da versão apresentada pela defesa de R.A.L., garantindo o direito de manifestação das partes envolvidas.

Fonte: Da Redação - Foto: Abordagem

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