O “morango do amor”, aquele docinho artesanal com calda crocante e recheio cremoso, virou a nova obsessão nas redes sociais e, mais do que isso, se transformou em uma poderosa vitrine para confeiteiras e empreendedoras. A tendência, que mistura estética, sabor e nostalgia, caiu nas graças do público e está movimentando o mercado, abrindo portas e provocando até impactos econômicos, como a alta no preço da fruta.

A confeiteira Thais Maia Moreira, que atua de forma independente, conta que mergulhou de cabeça na novidade. “Quando vi essa trend do morango do amor, pensei: preciso experimentar isso agora. Já fui atrás dos ingredientes e fiz em casa. Deu ruim na primeira tentativa, virou o famoso morango do ódio, mas depois peguei o jeito e é viciante. O crock da calda, aquele recheio com gostinho de infância, virou ritual aqui em casa”.

Segundo ela, o doce foi além do sabor. “É a vibe toda, ou seja, gravar, postar, ver a galera comentando, compartilhar receitinha. É um docinho que une, diverte e ainda rende conteúdo. Entrei na trend e tô amando, sem previsão de sair”, diz.

Para muitas confeiteiras, o “morango do amor” chegou como uma salvação. Negócios que enfrentavam dificuldades encontraram na receita simples e encantadora uma forma de atrair clientes e gerar visibilidade.

“É bonito ver como algo tão delicado pode gerar tanta transformação. Tem gente começando agora, gente que quase desistiu, e que viu na trend uma chance real de crescer. Isso fortalece os negócios locais e incentiva a criatividade”, comenta.

No entanto, o sucesso trouxe um efeito colateral inesperado. O preço do morango disparou. Com a alta demanda, o valor da fruta subiu rapidamente em mercados e centrais de abastecimento. Uma caixa com 4 bandejas custa cerca de R$ 40.

“A tendência foi maravilhosa para atrair clientes e movimentar as vendas, mas teve um ponto que pegou a gente de surpresa. E como o doce depende do morango fresco e bonito, não dá para substituir. Isso apertou a margem de lucro, porque nem sempre dá para repassar esse aumento para o cliente. A gente continua vendendo bem, mas precisa ficar de olho para não trabalhar só para cobrir custo”, orienta.

Apesar dos desafios, Thais pontua que o essencial é o equilíbrio entre manter a qualidade, atender a demanda e não sair no prejuízo. “O morango é antigo na minha cozinha, mas nos últimos dias ele ganhou um brilho novo. Como se tivesse acordado um lado meu que estava quietinho e agora não quer mais parar".

Empolgada com a repercussão, ela foi além e desenvolveu uma versão fit do morango do amor, pensando no público que busca opções mais saudáveis. “Foi um desafio, mas valeu super a pena. Usei ingredientes mais leves, adoçantes naturais e mantive aquela casquinha crocante que todo mundo ama. Tem cliente que já virou fã e diz que agora pode matar a vontade de doce sem sair da dieta. Mais do que um doce, o “morango do amor” virou símbolo de reinvenção, conexão e oportunidade”, conclui.

Além das versões tradicionais e fitness, há também a versão na travessa, com camadas generosas de recheio e cobertura crocante, ideal para compartilhar em reuniões e comemorações. São novas roupagens, com muito sabor e criatividade.