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ASSIS-SP • 28/07/2025 às 10:48, atualizada em 28/07/2025 às 11:48

Delegado detalha operação que levou a viúva de Carlos Eduardo à prisão

Operação Pecunia Sanguinis segue investigando motivações e desdobramentos do crime

Delegado detalha operação que levou a viúva de Carlos Eduardo à prisão

Em entrevista ao Portal Abordagem Notícias, na manhã desta segunda-feira (28), o delegado de polícia Giovani Bertinatti detalhou os desdobramentos da investigação da Operação Pecunia Sanguinis, que resultou na prisão da viúva de Carlos Eduardo Silvério, assassinado com diversas facadas no dia 24 de novembro de 2024, em sua residência no bairro Portal São Francisco, em Assis (SP).

Responsável pela apuração desde o início, Bertinatti relatou o percurso da investigação e revelou que o executor do crime, um jovem de 19 anos com diagnóstico de patologias psiquiátricas, foi preso apenas seis dias após o assassinato. “Ele contou que foi procurado, coagido e pressionado. Disseram que pagariam R$ 8 mil para ele matar o Carlos. Ele recebeu R$ 6 mil em dinheiro e, mesmo relutando, acabou cedendo à pressão”, afirmou o delegado.

Segundo o investigador, o jovem inicialmente não revelou quem o havia contratado, mas o comportamento da viúva desde os primeiros momentos do crime despertou atenção. “Ela já era mencionada nos bastidores como suspeita, muitos policiais comentavam a frieza dela. Apesar disso, adotei toda a cautela necessária, especialmente por se tratar de uma questão que envolvia o núcleo familiar”, explicou.

Um dos momentos mais simbólicos mencionados na entrevista foi o detalhe da aliança da vítima. Conforme relatado, Carlos Eduardo retirou a aliança do dedo enquanto agonizava e a deixou de lado. “Aparentemente a vítima quando estava sofrendo, já no solo toda esfaqueada, retirou a aliança e deixou de lado, isso pareceu um sinal. Ela não estava com a aliança no momento da perícia. Analisamos todas as filmagens, não é possível precisar com certeza, mas tudo leva a crer, que ele retirou a aliança, deixando um sinal”, destacou o delegado.

Após oito meses de investigação intensa, a linha de apuração se fortaleceu com novos depoimentos do executor, que passou a apresentar melhora após receber tratamento em um hospital psiquiátrico. Em uma audiência virtual realizada há cerca de 20 dias, ele apontou com segurança a viúva como a pessoa que o abordou com a proposta criminosa.

“Ele a viu na tela, ouviu sua voz, e a reconheceu como a mandante. Ainda assim, fizemos questão de confirmar pessoalmente. Durante nova oitiva, ele reforçou as declarações, com firmeza. Eu disse várias vezes que não falasse sem ter certeza. Ele insistiu que é ela, ele tem certeza absoluta”, relatou Bertinatti.

A investigação também revelou problemas conjugais e motivação financeira. “O relacionamento era conturbado, com constantes brigas, principalmente por dinheiro. Carlos enfrentava dificuldades financeiras e, apesar da viúva alegar que o seguro de vida era para os filhos, descobrimos que ela era a única beneficiária”, acrescentou.

Com a prisão da viúva, a polícia agora aprofunda as investigações para identificar possíveis cúmplices e esclarecer completamente os interesses por trás do crime.

A Operação Pecunia Sanguinis, que em latim significa “dinheiro de sangue”, segue em andamento. A comunidade de Assis acompanha o caso com atenção, diante da brutalidade do assassinato e das revelações envolvendo pessoas próximas da vítima.

Confira entrevista na integra.

Fonte: Da redação

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