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JUSTIÇA • 08/07/2025 às 09:42, atualizada em 08/07/2025 às 10:01

Delegado assisense deve ir a júri popular por morte de adolescente em festa de Promissão

Katrina Bormio Silva Martins, de 16 anos, foi atingida por um tiro durante a Festa do Peão em 2024.

Delegado assisense deve ir a júri popular por morte de adolescente em festa de Promissão

O delegado assisense V. M. será julgado pelo Tribunal do Júri pela morte da estudante Katrina Bormio Silva Martins, de 16 anos, ocorrida na noite de 4 de agosto de 2024, durante a 46ª Festa do Peão de Promissão (SP). Na época, ele atuava na cidade e era lotado na Delegacia de Polícia do município.

Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Katrina aguardava o pai na parte externa do recinto quando foi atingida por um dos quatro tiros disparados pelo delegado. A defesa sustenta que ele tentava conter um homem que insistia em entrar no evento portando bebidas alcoólicas, causando tumulto na entrada.

A adolescente foi atingida no pescoço, chegou a ser socorrida, mas não resistiu. O Ministério Público ofereceu denúncia por homicídio com dolo eventual, argumentando que o delegado assumiu o risco de matar ao disparar em meio a uma aglomeração de pessoas. A Justiça acatou a denúncia e determinou que ele seja submetido a julgamento popular, mas ainda cabe recurso; A data ainda será definida.

Defesa alega estrito cumprimento do dever

Os advogados Augusto Mendes Araújo e Ellen Pelarigo, que representam o delegado, negam que tenha havido intenção de provocar a morte da jovem. A defesa argumenta que o delegado agiu em legítima atuação policial, diante de uma situação que representava risco à segurança pública. Segundo os advogados, o homem que teria iniciado a confusão desobedeceu ordens e teria ameaçado estar armado.

Após o fato, o delegado foi preso em flagrante, mas obteve liberdade provisória mediante pagamento de fiança no valor de R$ 28 mil. O processo tramita na 2ª Vara da Comarca de Promissão, sob o número 1504565‑15.2025.8.26.0047.

Desabafo da mãe

A morte de Katrina causou grande comoção em Promissão, mobilizando familiares e moradores em busca de justiça. Nas redes sociais, a mãe da jovem, Sabrina Maria Conceição da Silva, fez um desabafo:

“Ela só estava na esquina esperando o pai. Não teve como se defender e ninguém ali teve. Ele poderia ter atingido qualquer pessoa. Foram quatro disparos. Um acertou minha filha, mas sobraram três. Podia ter sido o filho de qualquer um. Podia ter sido uma mãe com uma criança no colo, um policial...”

Em entrevista ao Portal Abordagem, Sabrina declarou que recebeu com alívio a notícia de que o caso irá ao Júri Popular, mas lamentou que nenhuma condenação seja capaz de amenizar a dor de perder sua única filha. Contou, ainda, que chegou a pensar em tirar a própria vida, mas resistiu por ter prometido à filha lutar até o fim para ver a justiça ser feita.

Nota da defesa

Em nota encaminhada à imprensa, os advogados do delegado afirmaram que a decisão judicial, ao reconhecer a ausência de dolo direto em relação ao homem envolvido na confusão, reforça a tese da defesa. Quanto ao suposto dolo eventual atribuído à morte de Katrina, a defesa informou que irá recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça de São Paulo.

Os advogados lamentaram o desfecho trágico e afirmaram confiar na Justiça. Reforçaram que o delegado agiu dentro dos limites legais e que continuará respondendo ao processo em liberdade, permanecendo no cargo até a decisão final.

Nota à redação - Em reposta ao contato da redação Abordagem Notícias, o advogado Augusto Mendes Araújo, encaminhou a seguinte nota:

Os advogados Augusto Mendes Araújo e Ellen Pelarigo, que representam o delegado, reconhecem a importância da recente decisão judicial de primeiro grau que concluiu que ele não teve a intenção de matar o averiguado Edivaldo. A decisão reforça a posição da defesa de que não houve dolo direto na conduta do delegado.

Em relação à sentença que apontou a possibilidade de possível dolo eventual no caso que resultou na morte da menina Katrina, a defesa, embora respeite a decisão, discorda da interpretação adotada e para tanto recorrerá ao Tribunal de Justiça.

O delegado e seus representantes lamentam profundamente a perda de Katrina e reafirmam confiança na Justiça. Acreditam que a análise técnica das provas pelo Tribunal de Justiça demonstrará que não houve intenção, direta ou indireta, de causar esse desfecho.

O delegado agiu diante de uma situação de grave ameaça, envolvendo um homem que desobedeceu ordens de policiais militares, declarou estar armado e colocou em risco a vida de terceiros e dos próprios agentes, agindo dentro dos limites legais e no estrito cumprimento do dever legal.

A defesa vai recorrer ao Tribunal de Justiça, confiando que a nova análise afastará qualquer acusação que justifique levar o caso ao Tribunal do Júri.

Os advogados reforçam a expectativa de que, com a devida análise dos fatos e provas, o Poder Judiciário reconhecerá a inocência do delegado e determinará sua absolvição.

Por fim, acertada a decisão judicial que manteve o direito do delegado recorrer em liberdade e a manutenção em seu cargo até o pronunciamento final.

Dr. Augusto Mendes Araújo
Dra. Ellen Pelarigo

Fonte: Da Redação

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