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ASSIS-SP • 11/05/2025 às 08:31, atualizada em 11/05/2025 às 12:33

Entre gestão e afeto, Telma reflete sobre a maternidade e o legado de sua mãe

Para a prefeita de Assis, “o presente mais valioso é o respeito diário”.

Entre gestão e afeto, Telma reflete sobre a maternidade e o legado de sua mãe

Telma Spera com o marido Carlos Daniel, os filho, Raíssa, Isabella e Renan, o genro Thiago e a neta, Lis - Foto: Cedida

Prefeita, o que o Dia das Mães representa para você? É uma data que vai além do simbolismo comercial? Como você enxerga a importância dessa celebração no seu papel de mãe e mulher pública?

É muito lindo ser mãe, mas eu não acredito que o Dia das Mães seja um dia para se lembrar da mãe. A mãe a gente tem que lembrar todos os dias, tem que honrar todos os dias — e não é com palavras, é com ações. Eu vejo muita gente falando "te amo, te amo", mas faz tudo o que é contrário à sua formação. Isso não é amor. Então, eu acredito que é um dia cultivado pelo comércio, é bacana, porque é uma festividade, uma celebração, mas Dia das Mães tem que ser todos os dias. Celebrar a existência da mãe todos os dias — e como eu disse, não com palavras, mas com a vida, com a vivência.

Cada filho tem um jeito único. O que há de você em cada um deles? Que característica especial identifica em cada filho?

É verdade, até porque um casamento é a união de duas pessoas que não são idênticas, nem semelhantes. A gente sempre tem diferenças, e essas diferenças se complementam e se reforçam. Todo o DNA de ambos vai para os filhos, e são novos seres, novas vidas, com suas peculiaridades. Então, eu não vejo que os nossos filhos sejam iguais. Cada um tem um jeito: tem um mais afoito, um mais cuidador. É uma família que se completa, que se complementa dentro de cada um do seu jeitinho e das suas experiências também.

Na correria da vida pública, quais momentos em família você faz questão de preservar e nunca abrir mão?

Como de manhã cada um tem seu horário, e à noite também, eu vejo que o horário da refeição, do almoço, na nossa família, sempre foi o mais importante. Eu faço questão de estarmos juntos, de orarmos a Deus, buscarmos a presença d'Ele e, na medida do possível, aos finais de semana, estarmos juntos — nem que seja para não conversar nada, mas pelo menos para estarmos juntos. Nós gostamos muito de cantar, e quando a gente se reúne, sempre é cantando hinos. Essa é a nossa vida, essa é a nossa vivência. Traduzir a minha família em palavras? Alegria, amor. Logicamente temos momentos de dificuldades, lutas, conflitos... mas para mim é o diálogo que resolve. Sem diálogo não se vai a lugar algum. Então, lutar pelo diálogo na família é fundamental. Às vezes o diálogo não resolve de imediato, mas com o tempo, com a graça de Deus, ele vai abrindo caminhos, abrindo reflexões, para que a harmonia se restabeleça.

Você se considera uma mãe mais rígida, acolhedora ou uma mistura das duas?

Eu não sei muito me definir, não. Porque, na verdade, eu sempre estive na estrada. Os meus filhos sempre conviveram com isso, porque dentro da carreira universitária eu tive que fazer mestrado, doutorado, participar de bancas, de vários eventos... Com isso, eles conviveram com a mamãe sempre viajando. Mas a nossa família, meu esposo, sempre fomos muito unidos. Enquanto a mamãe estava viva, ela me deu muito apoio. A dona Neuza, minha sogra, também sempre nos apoiou — sempre foi uma mãe para a gente. Então, com isso, a família supre essas ausências que a gente tem como mulher por querer estar no mercado de trabalho. Pra mim, a família é essencial, é o centro de tudo. Não valorizar a família é deixar de lado a essência da vida. Família é para ser vivida, curtida, para ter momentos juntos nas refeições, nas datas comemorativas.

Seus filhos entendem o peso da missão que você carrega como prefeita? Eles opinam, acompanham ou te dão conselhos?

Hoje os meus filhos participam, sim, da vida política, cada um do seu jeito. Tem um que fala pouco, só opina em algumas situações mais extremas... mas todos participam. E sofrem junto, porque, na verdade, a vida pública é pouco valorizada. As pessoas não estão acostumadas a valorizar o que é bom. Elas comentam aquilo que ainda não foi arrumado. E a família sofre muito com isso, porque vê tanto esforço, 24 horas a serviço de uma cidade, fazendo grandes transformações — algumas que nunca foram feitas antes. Então, eles consideram muitos comportamentos injustos e improcedentes. Mas eles também são resilientes. A gente conversa muito e, acima de tudo, crê que esse momento foi colocado nas mãos não só minhas, mas da família toda, como uma missão. E encarando como missão, a gente vê que Deus vai estar conosco em todos os momentos.

Qual foi o momento mais desafiador da sua jornada como mãe — e como isso te fortaleceu como mulher e como gestora?

Acho que tenho várias experiências com os três filhos, cada um em um momento. O momento em que eles se formam é muito bonito. A gente sente que cumpriu uma missão. Duas já estão formadas, trabalhando, tendo vida própria. O Pitico ainda está no meio da jornada de formação, ainda tem tempo. Mas cada momento deles é uma vitória. A primeira filha, que é dentista, a gente conseguiu curtir tudo. A segunda, que é médica, se formou no meio da pandemia. Não teve formatura, mas só a conclusão já nos emocionou muito. A colação de grau foi online. Isso mexe muito conosco e nos enche de alegria.

Sua mãe foi uma grande inspiração. Que valores dela você faz questão de manter vivos na criação dos seus filhos?

Eu perdi minha mãe há quase 30 anos, mas todos os dias me lembro dela: da energia, da força, dos ensinamentos. Ela foi uma mulher muito resiliente em todas as áreas da vida. O legado mais bonito e mais importante que ela deixou foi a fé em Jesus. Ela me ensinou desde pequenininha a amar a Deus sobre todas as coisas. Mas também me ensinou que a gente tem que trabalhar com honestidade, com integridade, com dedicação. Eu me lembro dela desse jeito, trabalhando muito, fazendo tudo com seriedade, competência. Nada pela metade. Tudo com carinho, sabedoria, discernimento. Outro valor que ela deixou foi o cuidado com as pessoas. A mamãe cuidava da família toda. Vinha de uma família de 13 irmãos e trouxe muitas das sobrinhas para dentro de casa para estudar. Era um exemplo. Sempre ajudando, levando esperança, alimento e abraço.

Há alguma lembrança da sua infância com sua mãe que te emociona?

Tive muitos momentos lindos com minha mãe, mas um que me emociona muito: ela era professora de educação física e nos ensinava a competir em várias modalidades. Eu não era muito boa em velocidade, mas como fundista, tinha boa resistência. Uma vez, num revezamento 4x400, ela me colocou como a última a correr. Eu peguei o bastão bem atrás, disparei e consegui alcançar a adversária. Quando ia ultrapassar, alguém me tocou e eu caí. Estava na pista, com o joelho sangrando. Minha mãe, que estava na arquibancada, pulou o alambrado e foi até mim. Me levantou, me levou até o centro do campo. Essa imagem me inspira até hoje: ela deixava a gente enfrentar as coisas, mas estava sempre ali, com o olhar vigilante, para cuidar e amparar.

Existe algum ensinamento que você gostaria que seus filhos levassem para a vida, vindo diretamente da mãe e da prefeita que eles têm em casa?

Eu gostaria que valorizassem as mães. Que respeitassem suas mães. Às vezes, as pessoas não cometem violência com atos, mas com palavras, atitudes. Isso machuca muito uma mãe. Temos que valorizar a mãe enquanto ela está viva. Não adianta depois ficar chorando, se remoendo com culpas. Essa é minha mensagem para todos os filhos: amem suas mães, respeitem com atitudes, com palavras, com abraços. E que as mães possam ser vistas pelo que têm de mais importante. Muitas não conseguiram fazer tudo que queriam pelos filhos, mas ainda assim, foram mães. E isso precisa ser valorizado.

Se tivesse que descrever a sua família em uma frase, que traduzisse amor, aprendizado e parceria, qual seria?

Alegria e amor. Essa é a minha família. Temos lutas e conflitos, como todas, mas com diálogo conseguimos resolver. Com tempo e a graça de Deus, a harmonia volta. É uma família que canta junta, que ora, que vive a fé e o companheirismo.

Qual o melhor presente que eles poderiam te dar nesse Dia das Mães?

O maior presente que eles podem me dar é o respeito diário. A valorização da mãe todos os dias. Não com presentes caros, mas com gestos verdadeiros de amor e reconhecimento.

Aproveito a oportunidade para desejar um feliz Dia das Mães para você e para todas as mamães da cidade de Assis. São mulheres guerreiras, batalhadoras, que todos os dias lutam por seus filhos e suas famílias. A gente tem que honrar e enaltecer o papel dessas mulheres maravilhosas.

As filhas, Raíssa e Isabella; o filho Renan, carregam os valores familiares (foto cedida)

Telma com o marido, Carlos Daniel, os filhos Raíssa e Isabella, e o genro Thiago: uma família feliz que vence os obstáculos com base na fé

Fonte: Redação - fotos cedidas

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